Até que Idade uma Mulher pode Engravidar Utilizando os Próprios Óvulos? 

Especialista em reprodução humana explica até que idade as mulheres podem engravidar com seus próprios óvulos e como a preservação da fertilidade pode ser uma aliada para planejar a maternidade com segurança

imagem pixabay

A maternidade tem sido cada vez mais postergada, graças aos avanços da medicina a escolha pela gravidez em uma idade mais avançada não significa mais um impedimento. Segundo dados divulgados pelo IBGE em março deste ano, o número de mulheres que optaram pela maternidade somente após os 40 anos cresceu 65,7% em 12 anos. Também houve um aumento significativo entre mulheres de 30 a 39 anos, apresentando uma alta de 19,7%. 

Essa tendência reflete mudanças culturais, maior foco na carreira, busca por estabilidade financeira e o desejo de ter filhos em um momento de maior amadurecimento na vida. Contudo, a natureza impõe limites, especialmente à fertilidade feminina. De acordo com o Dr. Arnaldo Cambiaghi, especialista em reprodução humana: “a mulher nasce com um estoque limitado de óvulos que, ao longo dos anos, diminui tanto em quantidade quanto em qualidade. Aos 35 anos, o declínio se torna mais acelerado e, por volta dos 50 anos, a capacidade de engravidar com os próprios óvulos praticamente se extingue”, explica o médico. 

É nesse contexto que o congelamento de óvulos surge como uma solução poderosa para preservar a fertilidade e oferecer às mulheres autonomia sobre suas escolhas reprodutivas. O procedimento consiste em coletar e armazenar os óvulos em uma fase de maior fertilidade, garantindo que eles possam ser utilizados futuramente, mesmo após o declínio natural da reserva ovariana.

Para aquelas que estão considerando a preservação dos óvulos, a preparação é essencial. Aqui estão 5 dicas fundamentais para mulheres que desejam se preparar para esse procedimento:

  1. Conheça a sua reserva ovariana: antes de tomar qualquer decisão, é crucial avaliar sua saúde reprodutiva. Realize exames como o ultrassom transvaginal para avaliação dos folículos antrais e o teste de hormônio antimulleriano (AMH), esses exames fornecem informações importantes sobre a sua reserva ovariana;
  2. Escolha o momento certo para preservar: a preservação dos óvulos é mais eficaz quando realizada antes dos 35 anos, período em que a qualidade dos óvulos ainda é mais alta. Contudo, mulheres com mais de 35 anos ainda podem optar por esse procedimento;
  3. Encontre profissionais e clínicas de confiança: escolha clínicas e médicos com experiência em fertilização e preservação de óvulos. Pesquise sobre os profissionais, converse sobre as opções e os custos, e tire todas as suas dúvidas antes de tomar a decisão;
  4. Esteja preparada emocionalmente e financeiramente: a preservação dos óvulos envolve custos, desde os exames iniciais até a criopreservação em si. Além disso, o procedimento pode ser emocionalmente desafiador, já que envolve a estimulação ovariana e a coleta dos óvulos. Por isso, é recomendado a procura por apoio psicológico durante o processo. Neste período, contar com o suporte de uma rede de apoio com familiares e amigos também pode fazer a diferença;
  5. Tenha consciência dos benefícios a longo prazo: ao congelar seus óvulos, você ganha mais liberdade para planejar sua maternidade no futuro, permitindo que você tome decisões mais alinhadas aos seus objetivos de vida. A preservação oferece a oportunidade de escolher quando ser mãe, com a segurança de ter óvulos saudáveis à disposição.

“A preservação da fertilidade, por meio do congelamento de óvulos, oferece a possibilidade de planejar a maternidade no futuro, mesmo que a mulher não queira engravidar agora. Os óvulos de qualidade ficam preservados para uma eventual decisão futura, e, caso não haja mudança de ideia, ainda é possível doá-los a outras pessoas. Esse procedimento é uma decisão importante que deve ser tomada com informações claras e acompanhamento médico adequado”, explica o Dr. Arnaldo.

Fonte: Arnaldo Cambiaghi é ginecologista obstetra, formado em Medicina pela Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo, com residência em Ginecologia e Obstetrícia no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo

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