Período entre março e agosto mostra aumento de casos de bronquiolite – Especialista aponta quais os principais cuidados que os responsáveis devem ter nessa época

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A situação climática tem se apresentado bastante instável nos últimos tempos, com temperaturas que alternam entre ondas de calor e de frio. Com a chegada das estações de outono/inverno o clima tende a ficar mais seco favorecendo o surgimento da Síndrome Respiratória Grave (SRAG), causada principalmente pelo Vírus Sincicial Respiratório (VRS), mas também por outros vírus, como metapneumovírus, bocavírus, influenza, adenovírus, rinovírus e o SARS-CoV-2 (COVID-19). Estes vírus afetam principalmente crianças de até dois anos de idade, que apresentam infecções das vias aéreas superiores (resfriados), pneumonias e bronquiolites, levando-as de forma mais frequente aos prontos-socorros.
Segundo dados do Ministério da Saúde, em 2024 foram registradas mais de 112 mil hospitalizações e 7 mil óbitos por Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) em todo o país. O Boletim da Fiocruz aponta que, no período de 9 a 15 de fevereiro desse ano já foram notificados mais de 11 mil casos de SRAG entre crianças e adolescentes de até 14 anos.
Dados da Secretaria de Atenção Primária à Saúde, do Ministério da Saúde, indicam que o VSR é responsável por cerca de 80% dos casos de bronquiolite e até 60% das pneumonias nos pequenos menores de 2 anos.
No Sabará Hospital Infantil, no período entre março e agosto, esse número chega a quase dobrar em relação aos outros meses do ano. Em 2024, entre os meses de janeiro e março, houve 519 casos de positividades de VSR, sendo que nos três meses seguintes esse índice superou mil casos. Só nos dois primeiros meses de 2025, foram identificados 174 casos de crianças que positivaram VSR.
“Entre os principais sintomas da bronquiolite estão a respiração difícil e acelerada. Como o bebê não consegue se alimentar direito, muitas vezes acaba precisando de internação até desobstruir as vias aéreas”, explica a infectologista pediátrica do Sabará Hospital Infantil, Dra. Flávia Jacqueline Almeida.
A prevenção do VSR pode ser feita pela imunização ativa ou passiva. Para crianças não há vacinas disponíveis. Mas há a imunização passiva. Esta podem ser feitas pela vacinação do VSR na gestante, que irá produzir anticorpos e passar para o bebê dentro útero, de forma que ele estará protegido nos 6 primeiros meses de vida. O Programa Nacional de Imunização anúncio que irá incorporar essa vacina para as gestantes. Aguardamos ansiosamente a data de início.
Além disso, existem anticorpos que podem ser aplicados nas crianças para prevenção. O palivizumabe é utilizado para crianças de maior risco para o VSR (prematuros, cardiopatas e pneumopatas) e é disponibilizado pelo SUS. O nirsevimabe pode ser utilizado para todas os bebês e o Ministério da saúde também irá incorporá-lo para as crianças de risco.
Fonte: Sabará Hospital Infantil, localizado na cidade de São Paulo, é referência no atendimento de crianças e adolescentes até 17 anos, 11 meses e 29 dias. É um dos primeiros hospitais exclusivamente pediátricos a conquistar acreditação pela Joint Comission International (JCI), um selo que assegura sua qualidade assistencial.