A médica psiquiatra Dra. Jéssica Martani, explica sobre o Complexo de Jonas, que acontece com muitas pessoas e, por muitas vezes, é necessário a intervenção da psicoterapia para que a pessoa tenha consciência de que por vocês o pior inimigo está em frente ao espelho.
O tema foi criado pelo psicólogo do século 20, Abraham Maslow, que definiu o Complexo de Jonas em referencia ao personagem bíblico Jonas, que tentou fugir do destino dado a ele por Deus.
“O que acontece é que nós somos seres imitativos e, às vezes, sair do padrão pode ser assustador e dar espaço para a sensação de solidão e a da culpa por tanto sucesso que pode levar ainda a muitas pessoas desistem de grandes cargos. É a chamada auto sabotagem que impede de seguir em frente”, explica a médica.
Ela conta que apesar dos olhos brilharem vislumbrando grandes feitos é normal sentir tremores de medo sobre como é estar no topo. Isso porque os cargos de destaque aumentam a insegurança e a sensação de não ter proteção do outro, do meio e da comunidade e cria uma espécie de rejeição interna em aceitar aquilo que lhe está sendo oferecido e que foi conquistado.
Estar em destaque significa estar sozinho, caminhar com os próprios pés em um território escondido, desabitado e inexplorado e faz nascer à sensação de perder a identidade. “Muitas se auto incapacitam involuntariamente e tendem a se defender da grandeza, do orgulho, do medo de arrogância e por não ter autoconfiança”, fala. Quem está no topo precisa ter certa arrogância que é o que inspira a criação. Por outro lado, a humildade além de não ajudar no processo criativo pode atrapalhar o processo de subida na vida por deixar com que o sentimento de culpa tome conta até para aceitar uma promoção ou um cargo de destaque. Mas, tem solução através da analise do comportamento e das situações vividas que podem ser tratadas levando em conta a saúde mental e emocional.
Fonte: Dra. Jéssica Martani – Medica psiquiatra, observership em neurociências pela Universidade de Columbia em Nova Iorque — EUA, graduada pela Universidade Cidade de São Paulo com residência médica em psiquiatria pela Secretaria Municipal de São Paulo e pós graduação em psiquiatria pelo Instituto Superior de Medicina e em endocrinologia pela CEMBRAP.
