Período é oportunidade para estimular a convivência, a diversão e uma pausa nos eletrônicos
Férias, crianças em casa, celular ao alcance das mãozinhas e pais preocupados com os pequenos sem uma atividade mais dinâmica, como era na infância deles. Na época, recordam, ainda não tinha tanta tecnologia para dominar a atenção. Para quem mora no interior é mais fácil ter acesso a um quintal ou área aberta e coleguinhas ou parentes que moram perto. Mas, nas cidades grandes, a área de convivência dos prédios também é ser opção. Porém, como convencer a criança a largar os eletrônicos e sair para brincar, como os pais faziam antigamente?
Não é difícil conseguir isso. Mas, o argumento deve ser bom e, já que o “exemplo arrasta”, o adulto incomodado com a situação deve fazer por onde. “Os pais e responsáveis devem estimular a brincadeira nas áreas abertas. E não se esqueça de que a presença do adulto também é fator estimulante. Mais importante do que orientar é também agir, pois esta é uma maneira de sustentar o que está sendo dito”, explica a professora do curso de Psicologia da Faculdade Una Itabira Priscila Penna. A faculdade é integrante do Ecossistema Ânima.
Se o adulto vê benefício no fato da criança se levantar para movimentar, brincar e conviver, é bom que ele se conscientize de que a companhia dos pequenos para ele também é positiva. “Isso promove a aproximação da família, o fortalecimento dos vínculos e o exercício do corpo e da mente. Estes, por sua vez, resultam em maior disposição física e maior liberação de neurotransmissores ligados às sensações de prazer e de bem-estar, como, por exemplo, de serotonina”, enumera a professora Priscila Penna.
Vamos brincar de quê?
“Leve um brinquedo da sua infância, de preferência que a criança ainda não conheça. Pode ser bola de gude, bola de meia para jogar queimada, pipa entre outros. Ou, proponha a construção de algum brinquedo a partir de materiais recicláveis”, sugere Priscila, que também é doutora pelo Departamento de Psicologia Escolar e do Desenvolvimento Humano, da Universidade de São Paulo (USP).
Para as crianças que têm colegas por perto, reúna a turminha para um lanche e proponha uma gincana ou uma caça ao tesouro, com tarefas no próprio local, jogo de mímica e até jogos de tabuleiros, que envolvam mais pessoas. “Lembre-se de brincadeiras que possam despertar o suspense e a curiosidade e nas quais a criança seja protagonista. O prêmio ao fim da brincadeira deixa tudo ainda mais interessante e incentiva a competição saudável entre os membros”, ensina a professora. Priscila defende que os avós e demais idosos da família também devem entrar nesse resgate de brincadeiras de outrora. “Eles podem fazer rodas de contação de histórias sobre o tempo vivido e de como era a infância no seu tempo”. Dentro desta sugestão, indica, é possível ainda incentivar a construção de uma árvore genealógica entre as crianças e idosos, com uso de fotos e pequenas histórias em um caderno. “Os avós podem ser entrevistados pelas crianças e isso pode virar um pequeno diário ou folhetim das lembranças e histórias”, finaliza a professora na Una Itabira
Fonte: Professora do curso de Psicologia da Faculdade Una Itabira Priscila Penna. A faculdade é integrante do Ecossistema Ânima.