Campanha Março Lilás tem como objetivo conscientizar população sobre a doença

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No Brasil, o câncer do colo do útero é o terceiro tipo de tumor mais incidente entre mulheres, de acordo com o Instituto Nacional do Câncer (Inca). Em alguns casos, a doença é diagnosticada durante a gravidez, o que costuma suscitar muitas dúvidas: é possível manter a gestação de forma segura para a mãe e filho? O tratamento pode ser realizado durante a espera do bebê ou é mais indicado esperar o nascimento para dar início ao tratamento?
A médica Thais Koch, ginecologista do Hospital e Maternidade Sepaco, especializado na área materno-infantil, explica que é preciso avaliar cada caso individualmente. Mas, em geral, diz, quando o câncer é descoberto precocemente, costuma-se aguardar o término da gestação para iniciar o tratamento.
– Nos casos mais avançados, deve-se ser discutido com a paciente sobre riscos e benefícios e, aí então, decidir o melhor caminho a seguir – completa Thais, lembrando que alguns tratamentos iniciais podem aumentar o risco de trabalho de parto prematuro, por exemplo.
Outra consequência do câncer de colo de útero, pouco falada, é que ele pode comprometer a fertilidade, dependendo do estágio que ele for diagnosticado e o tratamento empregado, já que, muitas vezes, a recomendação pode ser retirar o útero.
Muitas mulheres também temem engravidar depois de receber o diagnóstico, mas, segundo Thais, é possível, sim, ter um bebê após a doença. O único cuidado é ter concluído todo o tratamento, que pode envolver radioterapia e quimioterapia.
Conheça os fatores de risco
Um dos fatores de risco para o câncer de colo do útero é a infecção persistente pelo HPV (papilomavírus humano), um vírus sexualmente transmissível, e para o qual já existe vacina. Ela é aplicada em dose única e é destinada a meninas e meninos entre 9 e 14 anos. O grupo prioritário também inclui pessoas com imunocomprometimento, vítimas de violência sexual e outras condições específicas. A prevenção também se dá pelo uso de preservativo durante o ato sexual e por exames que rastreiam possíveis alterações no colo do útero causadas pelo HPV (exame Papanicolaou e colposcopia).
A incidência do câncer de colo do útero aumenta progressivamente com a idade e pode atingir o pico entre os 45 e 50 anos.
Veja quais os sintomas mais comuns
Muitas pacientes podem não apresentar sintomas. Quando apresentam, o principal deles é o sangramento vaginal anormal, que pode ocorrer fora do período menstrual, ou após relação sexual. Outros sinais de alerta são corrimento vaginal incomum ou com odor, dor pélvica e sintomas urinários.
– Informação e conscientização são fundamentais. É importante entender que mesmo o HPV sendo tão prevalente na população, o acesso ao diagnóstico e tratamento precoce influenciam, e muito, no futuro da paciente. A vacinação e o uso de preservativos devem ser sempre estimulados, sem tabus – enfatiza a médica do Sepaco.
Fonte: Médica Thais Koch, ginecologista do Hospital e Maternidade Sepaco – Fundado em 1979 e referên – cia no controle de infecção hospitalar no Brasil, o Sepaco foi certificado com o selo World’s Best Hospitals (Melhores Hospitais do Mundo) da revista Newsweek. Voltado ao atendimento de alta complexidade, conta com mais de 250 leitos (enfermaria, apartamento e UTIs Adulto, Neonatal e Pediátrica), corpo clínico com sólida formação profissional em várias especialidades e modernos equipamentos para diagnóstico