Segundo a psicóloga Patrícia Stankowich, é preciso entender vulnerabilidade das famílias e estimular conhecimento e empatia da sociedade em casos assim
Na última semana, um caso envolvendo a atendente de uma loja de departamentos e a mãe de uma criança com autismo repercutiu em toda a mídia. De acordo com o vídeo relacionado ao fato, teria havido discriminação no atendimento, o que gerou uma série de opiniões e reflexões sobre o tema.
Segundo psicanalista, psicóloga e especialista na clínica de crianças com comprometimentos no desenvolvimento e deficiência, é preciso entender inicialmente o quão delicada é a situação. “É fundamental destacar a importância do acolhimento nesses momentos. A sociedade precisa cultivar empatia e compreensão, especialmente quando lidamos com desafios como o autismo. A atitude da atendente não apenas feriu a dignidade da mãe, mas também ressaltou a necessidade de educação sobre inclusão”, avalia.
De acordo com Patrícia, o vídeo mostra uma mãe vulnerável e fragilizada diante de todo contexto e dinâmica social envolvida. “Acompanho a jornada de pais de crianças atípicas e vejo como o trabalho de cuidar da saúde mental dessas mães é importante e necessário. E o mais importante é que nós, como sociedade, em escritórios, empresas e organizações, construamos uma cultura de mais inclusão e respeito à diversidade”, opina.
A especialista entende que é preciso levar capacitação para os colaboradores e preparar espaços mais inclusivos de respeito a todas as pessoas. “Qual mãe de um filho atípico não se reconhece no momento de fragilidade e angústia dessa mãe? É necessário que trabalhemos a inclusão para as pessoas se sentirem mais acolhidas. Nós precisamos nos sentir amados, pertencentes, parte do contexto de uma comunidade, e que essa situação amplamente divulgada na mídia nos sirva de alerta”, orienta.
Patrícia explica que cuidar de uma criança com autismo pode ser desafiador, por isso é fundamental que os cuidadores recebam suporte emocional. “Imaginem o constrangimento e a dificuldade que algumas famílias passam. Isso acontece o tempo todo e é uma situação delicada, quando a família continua sendo vulnerável. Por isso, vale o alerta para que possamos ampliar conhecimentos, estratégias e incentivar nas pessoas um olhar mais humano”, conclui.
Fonte: Patrícia Stankowich é uma psicóloga multifacetada, circense de nascença, graduada em Filosofia pela UFOP, graduada em Psicologia pelo CESMAC, possui especializações em Psicologia Jurídica e mestrado em Psicologia da Saúde. Como facilitadora em capacitações nas áreas da Saúde e Educação, ela é uma voz autoritária na promoção da inclusão, com atendimento clínico a adultos e especialização na clínica de crianças com comprometimentos no desenvolvimento e deficiência