Calor e umidade são condições ideais para a proliferação de micro-organismos que causam o terçol
A relação do verão com o terçol, uma das doenças oculares mais comuns em todo o mundo, é que o calor e a umidade são condições climáticas propícias para a proliferação de bactérias que podem infectar as pálpebras e causar um terçol.
O terçol é uma infecção bacteriana que atinge as pálpebras. É importante dizer que quase todo mundo vai ter pelo menos um episódio de terçol ao longo da vida.
O terçol se caracterizada por um “bolinha” vermelha que surge nas pálpebras. Essa bolinha causa dor, vermelhidão e calor no local. Com o passar dos dias, surge um ponto de pus nessa bolinha. A lesão, nesse ponto da infecção, lembra um espinha.
Segundo Dra. Tatiana Nahas, oftalmologista especialista em cirurgia plástica ocular, essa bolinha é um abscesso que pode conter uma secreção purulenta devido à infecção. Na maioria dos casos, a infecção é causada pela bactéria Staphylococcus aureus.
Por que é mais comum desenvolver um terçol no verão?
O terçol pode ocorrer em qualquer época do ano, principalmente em pessoas com predisposição.
Entretanto, o verão soma duas condições perfeitas para a proliferação de bactérias: calor e umidade. Nas pálpebras estão localizadas as glândulas Zeis e de Meibômio. A Zeis secreta uma substância oleosa com propriedades antissépticas que ajuda a impedir o crescimento das bactérias.
“Já a glândula de Meibômio produz outras substâncias essenciais para defesa imunológica dos olhos contra bactérias. As altas temperaturas e a umidade podem fazer com que essas glândulas não funcionem adequadamente. Com isso, a defesa dos olhos cai, abrindo as portas para micro-organismos, como o Staphylococcus aureus. E assim surge o terçol”, explica Dra. Tatiana.
Além do verão, existem outros fatores de risco?
Sim, o verão aumenta o risco de ter um terçol. Mas naturalmente há outros riscos mais importantes como:
- Ter inflamação crônica nas pálpebras ou meibomite (inflamação das glândulas de Meibômio)
- Ter dermatite seborreica
- Ter rosácea
- Fazer reposição hormonal, principalmente com testosterona
- Estar na menopausa
- Ter olho seco
Como são feitos o diagnóstico e o tratamento?
O diagnóstico do terçol é clínico, ou seja, não é preciso fazer nenhum exame. A outra boa notícia é o que terçol é uma doença autolimitada. Isso quer dizer que o terçol melhora ao longo dos dias, em geral sem tratamento.
Entretanto, o oftalmologista pode recomendar o uso de antibióticos tópicos em casos mais específicos. A principal recomendação é fazer compressas de água morna. Além disso, é totalmente desaconselhável tentar “espremer” o terçol para liberação do pus. Isso pode agravar a infecção.
Como prevenir o terçol?
- Evite coçar os olhos, principalmente com as mãos sujas
- Não utilize colírios de outras pessoas, muito menos sem a prescrição médica
- Cuidado com maquiagem vencida, pincéis sujos e contaminados
- Sempre remova a maquiagem e faça a higiene das pálpebras
- Não use hormônios sem prescrição médica
Nos pacientes com blefarite, rosácea e outras doenças que aumentam o risco de desenvolver um terçol, a dica é realizar regularmente a higiene das pálpebras.
Fonte: Dra. Tatiana Nahas, oftalmologista especialista em cirurgia plástica ocular