Médico reumatologista e associação de pacientes esclarecem principais dúvidas sobre o LES.
O LES é uma doença inflamatória crônica de origem autoimune, cujos sintomas podem surgir em diversos órgãos ou sistemas de forma lenta e progressiva ao longo de semanas ou meses, tendo fases com maior atividade de doença e períodos de remissão¹. A doença exige cuidados e precisa do acompanhamento de especialista, preferencialmente o reumatologista.
Para desmitificar algumas máximas que cercam a doença, o médico Dr. Odirlei André Monticielo, professor Associado do Departamento de Medicina Interna da FAMED/UFRGS, chefe do Serviço de Reumatologia do Hospital de Clínicas de Porto Alegre e Coordenador do ambulatório de Lúpus Eritematoso Sistêmico do HCPA, juntamente com o coordenador de advocacy do Grupo de Apoio aos Pacientes Reumáticos do Ceará (Garce), Marco Aurélio, comentam sobre as verdades da enfermidade. Confira:
1 – A frequência do Lúpus é maior em mulheres.
Verdade — Sim. Segundo o reumatologista, a doença é muito mais frequente nas mulheres em idade reprodutiva; principalmente dos 15 aos 45 anos. Nesta faixa etária, o LES chega a ser dez vezes mais comum no sexo feminino ².
2 – A paciente com Lúpus pode engravidar.
Verdade — O médico esclarece que as pacientes com LES podem engravidar, desde que tudo seja muito bem planejado. Durante a consulta médica, é preciso esclarecer o desejo de engravidar ³. Desta forma, o profissional poderá informar sobre os fatores que podem interferir na gestação, avaliar se a doença está sob controle, se as medicações usadas são compatíveis ou se não há contraindicações.
3 – O sol é um dos gatilhos do Lúpus.
Verdade — Geralmente há um gatilho que deflagra o LES. Dentre os gatilhos ambientais, a exposição solar é um dos principais. Por isso, geralmente é recomendada a fotoproteção com protetor solar ou barreira física e evitar a exposição solar, ressalta o médico4.
4 – O Lúpus não tem cura.
Verdade — De acordo com o especialista, este é um fator muito impactante para os pacientes, quando recebem o diagnóstico. Ele explica que o LES é uma doença autoimune crônica e que não possui cura. O diagnóstico e o tratamento precoces são a chave para um melhor resultado na qualidade de vida relacionada à saúde e em diminuir a progressão e a gravidade da doença ⁵. Uma boa notícia é que o prognóstico mudou e melhorou nas últimas décadas, quando comparado com as décadas anteriores.
5 – Acesso aos tratamentos no Sistema Único de Saúde (SUS) são fundamentais
Verdade — Para Marco Aurélio, do GARCE, que além de atuar na promoção de acesso para pacientes de todo o Nordeste, também leva informações atualizadas sobre tratamentos do LES e outras doenças reumáticas, é fundamental promover o acesso dos pacientes aos tratamentos que estão disponíveis para a doença. Desta forma, o SUS e o Estado investem no paciente, para que ele tenha mais qualidade de vida relacionada à saúde. Recentemente, houve a incorporação de um novo tratamento no Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas para o tratamento da nefrite lúpica pelo Ministério da Saúde6. Além disso, Marco chama atenção para a consulta pública nº01 e a importância da contribuição com a opinião da população quanto a incorporação de novos tratamentos para o Lúpus no SUS7.
Fonte: Dr. Odirlei André Monticielo, professor Associado do Departamento de Medicina Interna da FAMED/UFRGS, chefe do Serviço de Reumatologia do Hospital de Clínicas de Porto Alegre e Coordenador do ambulatório de Lúpus Eritematoso Sistêmico do HCPA, juntamente com o coordenador de advocacy do Grupo de Apoio aos Pacientes Reumáticos do Ceará (Garce), Marco Aurélio, comentam sobre as verdades da enfermidade.