A Ginecologista Denise Gomes explica as principais complicações e como deve ser o restante da gravidez
Um tema fundamental e um grande questionamento para as mulheres que pretendem engravidar ou já estão grávidas é: saber o que é uma gestação de alto risco. Afinal, existem muitos casos em que as gestantes não recebem todas as informações necessárias no tempo certo e podem sofrer complicações durante os nove meses.
A gestação de alto risco pode apresentar risco à saúde da mãe ou à saúde do bebê, tais situações podem impactar o parto e até causar consequências graves para a vida futura da mãe e do bebê. A doutora Denise Gomes, Ginecologista Obstetra, explicou sobre o assunto pontuando os principais cuidados que devem ser tomados.
“No início do acompanhamento pré-natal, as gestantes realizam uma bateria de exames que podem identificar a existência ou predisposição para o desenvolvimento de algumas doenças”, comenta a doutora Denise.
Quando focamos na saúde da mulher, as que possuem a maior probabilidade de ter uma gestação de alto risco são as que já possuem alguma doença sistêmica ou metabólica antes da gestação, como pressão alta, diabetes, obesidade, hipo ou hipertireoidismo, ou fazem tratamentos especializados clínicos ou psiquiátricos, como anemia, câncer, convulsões ou infecções nos órgãos.
Outra situação que pode ocasionar uma gestação de alto risco está relacionada aos extremos da idade reprodutiva. Durante a adolescência, algumas meninas mal fazem o acompanhamento do pré-natal, o que impacta na descoberta de sintomas agravantes. Já quando a mulher está perto da menopausa, ela está mais vulnerável a doenças que podem surgir durante a gravidez, como a hipertensão ou diabetes gestacional.
As mulheres que fazem uso frequente de cigarro, bebidas alcoólicas ou entorpecentes já são caracterizadas como uma gestação de alto risco e precisam contar com um atendimento especializado, com todo o suporte necessário.
A doutora Denise Gomes comenta que quando focamos na saúde do bebê, normalmente é possível identificar nos exames iniciais do pré-natal, em que podem ser diagnosticadas alterações na morfologia ou malformação do feto, risco de síndrome genética cromossômica, quadros clínicos que impactam no desenvolvimento do bebê e até baixa quantidade produtiva do líquido amniótico.
Qualquer sintoma agravante para o desenvolvimento da gravidez ou que apresente impactos para um nascimento prematuro caracteriza a gestação como de alto risco. As gestações de gêmeos também são classificadas dessa forma, afinal, nesses casos o parto tende a ser feito antes da hora.
Além dos principais casos, existe uma lisa de classificação da gestação de alto risco desenvolvida pelo Ministério Público, que aponta os diagnósticos que classificam a gravidez de baixo e alto risco. Mas lembre-se: o diagnóstico deve ser feito pelo obstetra e pela equipe que te acompanha durante o pré-natal.
Quais os cuidados para uma gestação de alto risco?
Quando a mulher apresenta risco durante a gravidez é fundamental que ela seja acompanhada por um obstetra especialista em gestação de alto risco e frequente um serviço de referência com disponibilidade para parto, mais recursos para exames, UTI neonatal e adulto e uma equipe cirúrgica pediátrica.
É muito importante deixar claro que essa divisão está disponível para todas as mulheres, independente de sua classe social e do uso de sistema público ou particular de saúde. O SUS (Sistema Único de Saúde) oferece acompanhamento pré-natal para gestantes de alto risco.
Autoria: A Doutora Denise Gomes é formada pela PUC Campinas, com residência em Ginecologia e Obstetrícia pela mesma instituição, é especialista em Genitoscopia e Histeroscopia e Coordenadora de Ginecologia e Obstetrícia do Hospital Municipal do Campo Limpo (SP).