Como Cuidar da Pele das Crianças no Verão?

A exposição excessiva ao sol, além de causar queimaduras, também aumenta o risco de câncer, alerta pediatra.

imagem pixabay

O verão é uma época muito aguardada pela garotada, é tempo de férias, brincadeiras ao ar livre e passeios em praias e piscinas. No entanto, é também o momento em que os cuidados com a pele das crianças precisam ser redobrados. A pele infantil é mais sensível que a dos adultos, o que a torna mais vulnerável aos efeitos nocivos do sol, do calor e de outros fatores externos.

Para esclarecer dúvidas sobre o assunto, a pediatra Bruna de Paula compartilha importantes orientações para proteger os pequenos e garantir que eles aproveitem o verão de forma saudável e segura.

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Qual a importância de proteger a pele das crianças durante o verão?

Proteger a pele das crianças durante o verão é fundamental para prevenir danos causados pela exposição excessiva ao sol, como queimaduras solares e, a longo prazo, o aumento do risco de câncer de pele. A pele infantil é mais sensível e fina, o que a torna mais vulnerável aos efeitos nocivos dos raios ultravioleta (UV). As queimaduras solares podem causar dor, desconforto e danos permanentes à pele. Além disso, a exposição solar sem proteção pode causar desidratação, irritações e até o envelhecimento precoce da pele.

Qual o tipo de protetor solar mais indicado para crianças? 

A fórmula hipoalergênica é importante para minimizar o risco de reações alérgicas, já que a pele das crianças é mais sensível. O FPS (Fator de Proteção Solar) recomendado é 30 ou superior, sendo que para crianças com pele mais clara ou sensível, um FPS 50 pode ser mais adequado. Além disso, o protetor deve oferecer proteção de amplo espectro, cobrindo tanto os raios UVA, que causam envelhecimento precoce e aumentam o risco de câncer de pele, quanto os raios UVB, responsáveis pelas queimaduras solares. A textura do protetor também é importante, sendo preferível que seja em creme ou loção, fórmulas mais suaves que são fáceis de espalhar e menos propensas a irritar a pele. Produtos com fragrâncias fortes, álcool ou parabenos devem ser evitados.

Com qual frequência o protetor solar deve ser reaplicado?

É essencial escolher um protetor solar resistente à água, lembrando que, mesmo com essa resistência, o produto deve ser reaplicado após nadar ou suar. A reaplicação deve ocorrer a cada duas horas, especialmente se a criança estiver brincando ou se secando com toalha, já que o protetor pode perder sua eficácia. 

Quais são os melhores horários para expor as crianças ao sol de forma segura?

Expor as crianças ao sol de forma segura é fundamental para garantir que elas recebam os benefícios da luz solar, como a produção de vitamina D, sem os riscos de queimaduras solares e danos à pele. O melhor momento para essa exposição é fora dos horários de pico de radiação ultravioleta (UV) – de 10h a 16h, quando os raios solares são mais intensos. O melhor horário para expor as crianças ao sol é de manhã cedo, entre 7h e 9h, quando a radiação UV ainda não é tão intensa. Outra opção segura é após as 16h, quando a intensidade da radiação UV começa a diminuir, tornando esse período também mais seguro.

Além do protetor solar, quais outras formas de proteção devem ser adotadas (chapéus, roupas com proteção UV, etc.)?

Além do uso de protetor solar, existem outras formas eficazes de proteção contra os danos causados pela radiação ultravioleta (UV), especialmente para as crianças, que têm a pele mais sensível:

  1. Chapéus de proteção, com abas largas que cubram o rosto, pescoço e orelhas, essencial para proteger as áreas mais sensíveis da criança. Escolha chapéus de material leve e respirável, como algodão ou tecidos específicos para proteção UV, que ajudam a bloquear os raios solares.
  2. Roupas com proteção UV, que são projetadas para bloquear uma porcentagem significativa da radiação ultravioleta (geralmente, de 50 UPF ou superior). Elas oferecem proteção adicional, especialmente quando a criança precisa passar longos períodos ao ar livre.
  3. Óculos de sol que bloqueiem 100% dos raios UVA e UVB. Os olhos também podem ser danificados pela exposição excessiva ao sol.
  4. Protetores solares labiais com FPS 30 ou superior. 

Quais sinais de alerta os pais devem observar para identificar problemas de pele causados pelo sol?

A vermelhidão na pele é o sinal mais comum de dano solar, especialmente em áreas expostas, como rosto, ombros, nariz e braços. Queimaduras solares leves podem causar pele quente e dolorida ao toque, mas, em casos mais graves, podem vir acompanhadas de bolhas, inchaço e dor intensa, o que pode exigir orientação médica. A exposição solar excessiva pode levar à desidratação da pele, deixando-a escamosa ou repuxada, e a pele pode começar a descamar após um dia de sol intenso, o que é um sinal de que o dano foi significativo. Olhos secos, irritados, e boca seca também podem ser sinais de desidratação, que geralmente acompanha queimaduras solares. 

Como manter a pele das crianças hidratada em regiões de praia ou piscina, onde a água salgada ou o cloro podem ser prejudiciais?

É fundamental aplicar um protetor solar hidratante antes da exposição ao sol, pois ele não só protege contra os danos causados pela radiação UV, mas também oferece hidratação adicional. Protetores solares com ingredientes como aloe vera, vitamina E, óleo de jojoba ou óleos naturais são boas opções para manter a pele hidratada durante o dia. Após o contato com a água salgada ou com cloro, enxaguar a pele com água doce é essencial para remover essas substâncias, evitando que ressequem a pele. É importante não deixar o sal ou o cloro na pele por muito tempo para evitar a perda de umidade. A hidratação interna também é fundamental, por isso é importante incentivar a criança a beber água regularmente, especialmente quando exposta ao calor do sol e ao ambiente da praia ou piscina. 

É necessário o uso de protetor solar em dias nublados?

Mesmo em dias nublados, é essencial usar protetor solar, pois os raios UV continuam presentes, podendo penetrar nas nuvens e atingir a pele. Até 80% da radiação UV pode passar pelas nuvens, causando danos e envelhecimento precoce. A exposição solar acumulada, mesmo em dias nublados, aumenta o risco de problemas como manchas solares e câncer de pele. Além disso, superfícies como água e areia refletem até 30% dos raios UV, intensificando a exposição. A pele das crianças, mais sensível, requer proteção solar constante. 

Fonte: Bruna de Paula é pediatra há mais de 15 anos, com especialização em Terapia Intensiva Pediátrica, e é idealizadora do Método Comer, um programa de acompanhamento nutricional para a dificuldade alimentar infantil. O objetivo do método é levar conhecimento às famílias que sofrem com a introdução alimentar e com a recusa dos filhos aos novos alimentos – Instagram: @dra.brunadepaula.pediatra 

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