A ciência vem evoluindo a cada dia trazendo novas técnicas e alternativas de tratamentos de reprodução assistida que podem contribuir para uma futura maternidade, uma das novidades, ainda considerada uma técnica experimental, é o congelamento do tecido ovariano.
Segundo a Dra. Simone Mattiello, especialista em reprodução humana da Nilo Frantz Medicina Reprodutiva, o procedimento teria como foco principal crianças e adolescentes que ainda não atingiram a puberdade, mas tiveram diagnóstico de câncer e serão submetidas a tratamento quimio e radioterápicos com riscos de obterem falência ovariana.
Como funciona
“Para o congelamento do tecido ovariano é necessário retirar todo ou parte do ovário. Esse processo é feito por cirurgia videolaparoscópica sob anestesia geral e exigindo internação hospitalar. Dessa forma, a paciente deve ser preparada e estar em condições para a realização do procedimento”, explica a especialista.
De acordo com Mattiello, após a retirada do ovário ou de parte dele, o que foi coletado será congelado, de forma com que as suas principais funções sejam mantidas, como produzir hormônios e conter os óvulos.
“Quando indicado, o ovário poderá ser enxertado de volta na paciente e assim ela possa gestar com seus próprios óvulos e retorne a função hormonal”, afirma.
Resultados
“Ainda temos poucos resultados divulgados, mas estima-se que 1/3 das pacientes tenham sua capacidade reprodutiva restabelecida, enquanto 2/3 o restabelecimento da função hormonal, com reversão da menopausa”, afirma Mattiello.
Congelamento de ovários x Congelamento de óvulos
Enquanto o primeiro surgiu recentemente, ainda está em caráter experimental, o congelamento de óvulos já é uma técnica amplamente conhecida, que também pode ser utilizada por mulheres em tratamento oncológico, mas que colabora principalmente com mulheres que buscam postergar a maternidade sem precisar se preocupar mais com o relógio biológico.
Para ambos os tratamentos é necessário a avaliação e acompanhamento de um médico especializado em reprodução humana que possa indicar por meio de exames e investigações o que é mais adequado em cada situação.
Fonte: Dra Simone Mattiello, especialista em reprodução humana da Nilo Frantz Medicina Reprodutiva