Congelamento de óvulos é estratégia ideal para garantir, no futuro, boas taxas de sucesso da gravidez por Fertilização In Vitro, mas o recomendado é que sejam utilizados antes dos 50 anos para prevenir complicações.
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Por diversos motivos, que vão desde razões pessoais e amorosas até profissionais, muitas mulheres têm optado por adiar a gestação. E, nesses casos, uma ótima maneira de preservar a fertilidade para conquistar a gravidez no futuro é por meio do congelamento de óvulos. Mas conforme o tempo passa, mesmo com óvulos congelados, muitas mulheres ainda ficam receosas sobre a possibilidade de uma futura gestação. Então surge a dúvida: até quando é possível adiar a gestação com óvulos congelados?
As chances de sucesso da FIV dependem da idade em que os óvulos foram congelados. Se a mulher congelou cerca de 20 óvulos até os 35 anos, as chances de conceber pelo menos um filho são de 80%. Já se o congelamento desses 20 óvulos for feito entre os 38 e 40 anos, a probabilidade de a mulher ter no mínimo um filho é de 55 a 60%.
E, em tese, se tiver uma boa saúde, a mulher pode engravidar até com bastante idade usando esses óvulos congelados. Porém, apesar de não haver uma idade exata para que a mulher os utilize, o recomendado é que sejam usados antes dos 50 anos.
Isso porque, após os 50 anos, os riscos para a gravidez acabam sendo grandes, principalmente por conta da pressão alta, diabetes gestacional e parto prematuro. Os riscos para a saúde da mãe acabam sendo maiores e consequentemente afetam o desenrolar da gestação, com riscos também para o recém-nascido.
Vale ressaltar ainda que mesmo mulheres com idade avançada que não realizaram o congelamento de óvulos podem engravidar através da Fertilização In Vitro, já que é possível optar pela ovorecepção, que consiste no uso de óvulos doados para a realização da Fertilização In Vitro.
E ao contrário do que muitos pensam, a gravidez por doação de gametas não reduz o papel de pais do casal receptor, afinal, são eles que garantirão que a criança cresça feliz e saudável. E é fundamental que temas como esses sejam cada vez mais discutidos para conscientizar a população sobre a importância da doação de gametas e para naturalizar a recepção dos óvulos e espermatozoides em tratamentos de fertilidade. Independentemente da escolha pelo congelamento de óvulos próprios ou pela ovorecepção, a Fertilização In Vitro ocorre da mesma maneira, consistindo na coleta dos óvulos e espermatozoides para serem fecundados em laboratório, formando o embrião que, após certo tempo de desenvolvimento, é transferido para o útero da mulher.
Cerca de uma semana e meia a duas semanas depois que o embrião foi transferido, é feito um teste para ver se ele está aderido ao útero. Um simples exame de sangue, ou mesmo um teste de gravidez caseiro, detectará os níveis de gonadotrofina coriônica humana (HCG), um sinal de que você finalmente está grávida. Com o teste positivo, inicia-se o período final de espera: as 38 semanas até o parto. A partir daqui a gestação segue normalmente como qualquer outra.
Fonte: Dr. Fernando Prado – Médico ginecologista, obstetra e especialista em Reprodução Humana. É diretor clínico da Neo Vita e coordenador médico da Embriológica. Doutor pela Universidade Federal de São Paulo e pelo Imperial College London, de Londres – Reino Unido. Possui graduação em Medicina pela Universidade Federal de São Paulo, Membro da Sociedade Americana de Medicina Reprodutiva (ASRM) e da Sociedade Europeia de Reprodução Humana (ESHRE). Instagram: @neovita.br / Youtube: Neo Vita – Reprodução Humana.