Restringir o consumo de alimentos causa transtornos à saúde
O tema terrorismo nutricional ganhou destaque nacional, mas o que isso quer dizer e quais as consequências? A nutróloga Patrícia Cavalcante nutróloga da Clínica Horaios explica que apesar de ser uma expressão nova, a história é longa e surgiu a partir da década de 1960, com o início da classificação dos nutrientes em tipos “bons” e “ruins”. “O grande problema do terrorismo nutricional é que ele foca somente no nutriente isolado e esquece na alimentação como um todo”, alerta a médica.
Essa abordagem faz com que a sociedade normalize a ideia de que existem alimentos bons e ruins para a saúde, aqueles que são necessários comer e aqueles que devem ser banidos para sempre do prato.
Dietas que restringem radicalmente determinados alimentos ou grupos alimentares estão no centro dessa pressão nutricional. O terrorismo pode levar ao diagnóstico de transtornos alimentares, em especial a ortorexia nervosa, caracterizada pela fixação por saúde alimentar.
Por isso, a base da reeducação alimentar é entender que não há “alimentos inimigos” que precisem ser integralmente evitados. “A dica é sempre focar no equilíbrio e saber como balancear as quantidades e grupos de alimentos”, pontua.
De acordo com a especialista, é preciso ficar atento a alguns sinais que podem indicar uma relação transtornada com a comida ou, se mais graves, um transtorno alimentar. São eles:
- Pensamentos obsessivos com comida ou com o próprio corpo, achar que após ingerir um alimento “ruim” irá ganhar peso imediatamente;
- Culpa ou arrependimento ao se alimentar;
- Pensamentos de compensação, por exemplo, se comi a sobremesa, não irei jantar;
- Medo de se alimentar ou da comida;
- Sensação de perda de controle ao comer.