A Prefeitura de São Paulo (SP) tem previsão de inaugurar, em agosto de 2024, o primeiro Centro Municipal para pessoas autistas do Brasil. O espaço será localizado em Santana, na zona norte da capital paulista, ocupando uma área de 5.000 m².
O centro é concebido como um espaço de convivência que vai proporcionar atividades e formação de redes de apoio para pessoas autistas, seus familiares e a comunidade em geral. Além de ser um ambiente de socialização, o espaço incluirá um apartamento mobiliado, permitindo que os frequentadores pratiquem atividades diárias.
O autismo é uma síndrome que afeta vários aspectos da comunicação, além de influenciar também no comportamento do indivíduo. Segundo o psicólogo Filipe Colombini, CEO da Equipe AT, iniciativas como esta são muito importantes para a população autista. “Mais do que promover a autonomia e a independência de quem tem autismo, este centro é fundamental para reunir a comunidade autista e seus familiares, que poderão compartilhar suas experiências”, diz o especialista.
A notícia chega em ótima hora. De acordo com dados do CDC (Center of Diseases Control and Prevention), órgão ligado ao governo dos Estados Unidos, existe hoje um caso de autismo a cada 110 pessoas. Dessa forma, estima-se que o Brasil, com seus 200 milhões de habitantes, possua cerca de 2 milhões de autistas. São mais de 300 mil ocorrências só no Estado de São Paulo.
“Com um grupo de pessoas sensíveis e treinadas para interagir com pessoas autistas, esse centro promete ser uma referência para a criação de outros espaços pensados para que este público possa desenvolver suas habilidades sociais e autonomia de forma segura e eficaz”, diz Colombini.
Esta não é a única iniciativa dedicada ao desenvolvimento de autistas em São Paulo. O QG do Rolê, projeto da Equipe AT, empresa focada em Acompanhamento Terapêutico e terapia fora do consultório, também promove encontros que visam fortalecer a autonomia e socialização destes indivíduos.
Como é de conhecimento geral, não existe apenas um tipo de autismo. O transtorno do espectro autista (TEA) inclui diversos subtipos e níveis de comprometimento. No entanto, a maioria deles estão relacionados com dificuldades de comunicação e interação social. “No QG do Rolê formamos grupos de crianças, adolescentes e adultos com dificuldades de socialização, que se reúnem e treinam em equipe suas habilidades em prol da autonomia”, explica Colombini. “Com esses grupos realizamos diversas atividades de lazer, indo a parques, restaurantes, exposições e até na balada, pensando sempre em promover de forma ativa a independência e a amizade entre os participantes, que traz importantes ganhos sociais”, conclui
Fonte: Filipe Colombini: psicólogo, fundador e CEO da Equipe AT, empresa com foco em Acompanhamento Terapêutico (AT) e atendimento fora do consultório, que atua em São Paulo (SP) desde 2012. Especialista em orientação parental e atendimento de crianças, jovens e adultos. Especialista em Clínica Analítico-Comportamental. Mestre em Psicologia da Educação pela Pontifícia Universidade Católica (PUC-SP). Professor do Curso de Acompanhamento Terapêutico do Grupo Interdisciplinar de Estudos de Álcool e Drogas – Instituto de Psiquiatria Hospital das Clínicas (GREA-IPq-HCFMUSP). Professor e Coordenador acadêmico do Aprimoramento em AT da Equipe AT. Formação em Psicoterapia Baseada em Evidências, Acompanhamento Terapêutico, Terapia Infantil, Desenvolvimento Atípico e Abuso de Substâncias.