Bancos de leite têm redução de doadoras nos meses de férias escolares e com o clima mais frio
Em meio às comemorações ao Dia Mundial de Aleitamento Materno, no dia 1º de agosto, a Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo convoca as mães paulistas para que doem leite às maternidades e Bancos de Leite estaduais. Durante os períodos de férias e inverno há uma grande queda no número de doadoras de leite.
Em algumas unidades, durante o período de férias a queda é de até 55% em relação aos demais meses do ano. Já durante o inverno o número de doações diminui em cerca de 10%.
O objetivo dos bancos de leite estaduais é garantir o aleitamento materno a todos os recém-nascidos, incluindo os internados em unidades neonatais e filhos de mães impossibilitadas de amamentar. São os bancos que armazenam o leite de doadoras, fazem a coleta e ensinam sobre a importância da amamentação.
Segundo Renata Oliveira Giesta, responsável pelo banco de leite da maternidade estadual Leonor Mendes de Barros, unidade da Secretaria na zona leste da capital paulista, é muito importante que a criança seja alimentada com o leite humano.
“O leite materno contém determinados elementos que o leite de outros mamíferos não consegue incorporar, como anticorpos e glóbulos brancos, principalmente para bebês com pesos abaixo do normal. Por isso é muito importante que as mães façam as doações aos bancos de leite”, diz Renata Oliveira Giesta, responsável pelo banco de leite da maternidade estadual Leonor Mendes de Barros, na zona leste da capital paulista.
Como doar
Pode ser doadora toda mulher que estiver amamentando seu filho e tiver sobra do alimento. Deve-se procurar o banco de leite mais próximo de sua residência. As doadoras precisam estar saudáveis e não podem estar consumindo medicamentos.
Muitos bancos de leite oferecem serviço de busca em domicílio, e para isso, prestam às mães orientação de ordenha e armazenamento do leite. A lista completa dos bancos de leite pode ser consultada no sitehttp://www.redeblh.fiocruz.br, por meio do link “Encontre o BLH mais próximo de você”.
Confira, a seguir, alguns mitos e verdades sobre o aleitamento materno:
Algumas mães não têm leite.
Mito. Toda mulher, após o nascimento da criança, produz leite por meio da sucção. Quanto mais o bebê sugar, mais leite será produzido. Beber bastante água é fundamental durante a lactação. Se a mãe produz pouco leite, pode aumentar a frequência das mamadas, ou seja, diminuir os intervalos entre elas.
É preciso preparar a mama durante a gestação, para que a mulher consiga amamentar corretamente.
Mito. Não é necessário massagear os mamilos, esfregar com bucha vegetal, e muito menos passar cremes ou pomadas. No máximo, a gestante pode tomar banho de sol ou de luz (de 40v) para auxiliar na produção de melanina. Não se deve estimular o bico durante a gestação, pois qualquer estímulo pode acelerar o trabalho de parto prematuro.
Compressa de água quente ajuda na produção do leite materno.
Verdade. Colocar compressas quentes nas mamas ajuda, sim, a produzir mais leite. Mas só são indicadas quando a produção é baixa. Do contrário, pode causar ingurgitamento mamário (empedramento).
Os bebês precisam mamar em um peito só por vez.
Verdade. O leite materno tem três fases. A primeira (logo no começo da mamada) é basicamente água. Na segunda fase, o leite é rico em eletrólitos, vitaminas e sais minerais. E na terceira fase é que estão as gorduras e os carboidratos, por isso é importante que o bebê mame em um peito só por vez, para que consiga ingerir o leite mais calórico, que vem no final da mamada. Após três horas, ou quando a criança pedir oferece-se a outra mama. Nesse intervalo, o organismo produz leite nas duas mamas, e é esse leite que sobra que deve ser doado, senão empedra e a mãe sente muita dor.