.Uma cirurgia simples e que pode ser feita ainda na infância.
Existem algumas condições estéticas que podem causar problemas de autoestima e que, por muito tempo, não tinham solução. Porém, com o avanço da cirurgia plástica, muitas pessoas hoje conseguem resolver questões estéticas que podem causar inúmeros sofrimentos. Esse é o caso das orelhas de abano. Segundo a Sociedade Brasileira de Pediatra, cerca de 5% da população brasileira possui essa condição. Porém, caso esse problema comprometa a vida social e autoestima, existem cirurgias que corrigem a orelhas de abano. O cirurgião plástico do Hospital CEMA, Odair Soares Junior, detalha que a otoplastia (como é denominado esse tipo de procedimento) é segura, apresenta bons resultados estéticos e pode ser feita ainda na infância.
“Geralmente, os pacientes com diagnóstico de orelhas de abano têm indicação cirúrgica a partir dos 7 anos de idade, que é quando se tem praticamente 90% do desenvolvimento do pavilhão auricular. Porém, alguns autores defendem que essa correção seja feita precocemente, entre 4 e 6 anos, especialmente pelos riscos de bullying, quando começa a socialização escolar”, explica o médico.
Embora essa não seja uma cirurgia nova – as primeiras datam de 1845/1903, – somente nas últimas décadas ela foi popularizada. A otoplastia nada mais é do que um procedimento estético que modifica a cartilagem das orelhas e a distância delas em relação à nuca. Na infância, a cirurgia é mais tranquila, especialmente por causa da maleabilidade da cartilagem das crianças. O pós-operatório costuma ser menos doloroso nessa fase.
O médico explica que o procedimento tem duração média de 2 horas e é feito a partir de uma incisão atrás da orelha. Porém, existem várias técnicas e cada paciente terá uma indicação compatível com a sua condição clínica. Após o procedimento, as orelhas ficam com uma faixa nas primeiras 24 a 48 horas. O médico pode prescrever analgésicos e antibióticos para prevenir infecções. “Depois desse período, há o uso de uma faixa elástica que deve ficar 24 horas por dia no paciente, nos primeiros 15 dias, especialmente em crianças pequenas, para evitar o risco de traumas na orelha recém-operada”, diz.
Após esse período, essa faixa ainda permanece por mais 30 noites. “O uso dessa faixa visa manter a orelha estável e evitar acidentes, com o risco de ruptura de pontos e da modelagem”, emenda. No entanto, vale ressaltar que a correção das orelhas de abano só deve ser considerada se afetar a autoestima e for da vontade do paciente e não pode ser motivada por uma imposição de terceiros.
Fonte: Dr. Odair Soares Júnior é cirurgião plástico do Hospital CEMA – CRM: 75903