Ser destro ou canhoto não faz diferença no desenvolvimento da criança, o que não se pode fazer é forçar a inversão da preferência da criança.
Logo que os bebês aprendem a segurar os primeiros objetos, começa o jogo de adivinhação para descobrir se a criança é destra ou canhota. Mas normalmente, ninguém consegue chegar a uma conclusão. Isso porque os bebês são ambidestros, ou seja, têm as mesmas habilidades motoras com a mão esquerda e direita.
Por volta dos dois anos de idade a criança começa a apresentar uma preferência para usar uma das mãos para segurar colheres, desenhar, carregar objetos. Mas isso pode mudar com o tempo. A definição só acontece mesmo perto dos seis anos de idade, quando a criança é alfabetizada e descobre com qual das mãos prefere trabalhar.
Antigamente, muitas pessoas acreditavam que ser canhoto era um defeito e forçavam as crianças a usarem a mão direita. Hoje, sabe-se que isso é uma bobagem e que ser canhoto é uma característica pessoal absolutamente normal e não há nenhum prejuízo nisso.
Muitas pesquisas já mostraram que essa mudança forçada da lateralidade pode causar sérios problemas para a criança, tanto no físico como no psíquico, pois a criança vive em permanente incerteza quanto ao uso da mão. Nesses casos, é comum que a criança tenha dislexia, dificuldade na linguagem e na escrita com a inversão de letras. Em alguns casos mais graves, observa-se inclusive distúrbio emocional, gagueira e ansiedade.
Até hoje, os estudiosos não conseguiram chegar a uma resposta definitiva sobre o fator que leva uma pessoa a ser destra ou canhota. Muitos apostam nas causas genéticas. Porém, sabe-se que uma criança pode ser canhota, mesmo tendo pai e mãe destros.
O importante é não interferir na escolha da criança nem concluir precipitadamente se é destra ou canhota. É ela quem deve descobrir, no seu tempo, com qual das mãos tem mais habilidade.