Ao expor uma criança à fumaça do cigarro ela terá maior risco de câncer, doenças pulmonares e morte súbita.
De acordo com dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), aproximadamente dois bilhões de pessoas são vítimas do fumo passivo no mundo, sendo que destas, 700 milhões são crianças, que sofrem com maior incidência de bronquites, pneumonia, infecções de ouvido, entre outras doenças.
No Brasil, as crianças são 40 por cento das vítimas do fumo passivo. Essa população tem um risco 30 por cento maior de ter câncer de pulmão do que alguém não exposto e 24 maior de ter infarto agudo do miocárdio. Em bebês, o risco de morte súbita é cinco vezes maior, além de um elevado risco de doenças pulmonares até um ano de idade.
O Prof. Dr. Paulo Taufi Maluf Júnior (CRM/SP 21.769), do Instituto da Criança do Hospital das Clínicas e do Hospital Sírio-Libanês, explica que o risco aumenta se a convivência com quem fuma ocorrer em ambientes fechados. “Pais que fumam na presença dos filhos comprometem a saúde de toda a família, mas um dos fatores que fazem com que as crianças sejam mais sensíveis é a frequência respiratória delas, que é mais elevada”, esclarece o pediatra.
O Dr. Paulo Maluf enfatiza que as crianças desenvolvem mais otites, bronquites, bronquiolites, rinites, asma e duas vezes mais morte súbita quando comparadas com as de pais não fumantes. Segundo o médico, o risco é particularmente acentuado na relação das gestantes com seus futuros filhos.
O pediatra explica que apenas não fumar na frente das crianças é pouco para poupá-las do contato com o cigarro porque roupas, sofás, tapetes, lençóis e o próprio cabelo e a pele da pessoa que fuma são suficientes para fazê-la inalar substâncias tóxicas. Outro fator que leva ao contato é colocar a mão na boca após tocar superfícies contaminadas.
Para o médico, o alerta vale para que as pessoas definitivamente saibam que o cigarro é causador de inúmeras doenças cancerosas, vasculares, cardíacas e pulmonares. Vale destacar que o ar poluído pelo cigarro contém, em média, três vezes mais nicotina, três vezes mais monóxido de carbono e até 50 vezes mais substâncias cancerígenas do que a fumaça que entra pela boca do fumante.