“Se der muito colo, ele vai ficar mimado.” Quem nunca ouviu essa frase de uma avó, tia ou vizinha ao segurar o próprio filho nos braços – Psicóloga rebate mito que atravessa gerações

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Se der muito colo, ele vai ficar mimado.” Quem nunca ouviu essa frase de uma avó, tia ou vizinha ao segurar o próprio filho nos braços? A ideia de que dar colo demais estraga o bebê é um mito que atravessa gerações e que ainda hoje causa insegurança em muitas mulheres. Mas, segundo a psicóloga perinatal do V-Baby Aplicativo Katherine Sorroche, dar colo está longe de ser um erro: é, na verdade, uma das formas mais poderosas de cuidado e construção do vínculo entre mãe e filho.
“Durante nove meses, o bebê esteve em um ambiente seguro, quentinho, apertado e com sons familiares. Ao nascer, ele se depara com um mundo frio, iluminado e cheio de estímulos desconhecidos. O colo funciona como uma continuação do útero: é onde ele se sente seguro novamente”, explica Katherine.
Além de promover segurança emocional, o colo também contribui para o sucesso da amamentação. O contato pele a pele entre mãe e bebê estimula a liberação de ocitocina, hormônio responsável pela ejeção do leite, e fortalece o vínculo afetivo. “Quanto mais o bebê é acolhido, mais fácil é o processo de amamentação, o que gera um ciclo positivo para ambos”, afirma a psicóloga.
O benefício não é só do bebê. No pós-parto, muitas mulheres enfrentam oscilações emocionais intensas, como o chamado baby blues. O contato com o bebê, por meio do colo e da proximidade, ajuda a liberar hormônios que trazem bem-estar e conforto emocional para a mãe. “O colo é um suporte para a saúde mental materna também. Ele ajuda no reequilíbrio hormonal e emocional nesse período tão sensível.”
A ideia de que atender ao choro e dar colo “mal-acostuma” o bebê também não encontra respaldo na psicologia do desenvolvimento. Pelo contrário: bebês que recebem atenção, afeto e colo nos primeiros anos de vida tendem a desenvolver maior segurança emocional e autoestima ao longo da infância.
“Dar colo não é mimar. É atender uma necessidade real de contato, afeto e segurança. Negar esse acolhimento pode ter impactos negativos, enquanto oferecer colo constrói a base para um desenvolvimento emocional saudável”, finaliza Katherine.
Fonte: Katherine Sorroche CRP: 06/76400 – Formada em 2004 pela Faculdade de Psicologia da Universidade Mackenzie, especializada em Saúde Mental Feminina, Psicologia Perinatal, Psicologia do Puerpério e Parentalidade. Formação em Master Coach pela SLAC em 2020. Consultora V-Baby Aplicativo