Brandon de Oliveira, brasileiro de 14 anos que vive em Portugal teve incentivo dos pais para pôr suas ideias no papel
Brandon de Oliveira é um jovem brasileiro de 14 anos de Duque de Caxias, que mudou-se para Portugal após sua mãe se casar com um cientista luso-brasileiro, o que aflorou o seu interesse por ciência. Sempre se destacando na escola, o jovem então decidiu transformar algumas de suas ideias em um livro. Daí surgiu o livro “Um estranho universo”, que traz conhecimentos sobre o universo de forma divertida.
Durante a produção do livro, sua mãe e seu padrasto foram parte importante do processo, oferecendo direcionamento, incentivo e apoio para que Brandon usasse suas próprias ideias e sua vontade da melhor forma possível.
Brandon de Oliveira foi diagnosticado com autismo já quando criança, mas houveram divergências em diagnósticos de diferentes profissionais, sendo que, tiveram os que suspeitavam da condição chegando a não diagnosticá-lo com autismo. Conforme foi crescendo, na puberdade, os sintomas foram se tornando mais predominantes e de fácil detecção e, preocupado em traçar um melhor futuro para o menino, seu padrasto procurou uma neuropsicóloga especialista em autismo. Brandon recentemente passou por uma bateria de testes, para diagnóstico de autismo e de QI, onde se confirmou o espectro, assim como ser portador de altas habilidades.
De acordo com a sua mãe, Jennifer de Paula, identificar o autismo ajudou a lidar melhor com a condição e fornecer meios para o desenvolvimento de Brandon, como o estímulo à escrita.
“A criação dele não foi fácil, eu fui em muitos profissionais para tentar entender e educar. A questão maior não era o seu comportamento, mas algumas dificuldades fisiológicas que mexeu com toda a família. Hoje, todos estamos aliviados com a confirmação, pois agora sabemos como fazer e não apenas isso, ter consciência sobre a condição, já faz parte do processo terapêutico”.
“Estimular condições que o ajudem a se desenvolver melhor agora é uma prioridade, como a escrita do seu novo livro, que mostrou um lado divertido dele que ele não costuma mostrar, ou seja, isso mostra como é importante estimular jovens autistas para o seu desenvolvimento”, ressalta Jennifer de Paula.
No entanto, essa não é a primeira experiência de Brandon com o mundo da ciência, ele já havia tido anteriormente o seu primeiro artigo científico publicado, o artigo “Caracóis e o que fazem”, pela revista científica CPAH – Centro de Pesquisa e Análises Heráclito – que aprofundava-se desde a anatomia dos caracóis, sua reprodução e simetria corporal, ao uso da sua baba como princípio ativo para a produção de cosméticos.
De acordo com Brandon, o conhecimento e nossos pensamentos sobre a ciência e a humanidade, só são realmente importantes quando compartilhados com as pessoas.
“Escrever um livro ou um artigo científico tem a mesma base, sou uma pessoa curiosa e isso me faz buscar entender como as coisas funcionam e o que está por trás delas e acho que isso deve ser usado para compartilhar esse tipo de conhecimento e não deixar tudo na cabeça”.
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