As grávidas são um grupo de maior risco, isso por que Dengue é mais grave em gestantes
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Ela está associada à maior mortalidade de mulheres, fetos e de bebês recém-nascidos, e por isso as gestantes são consideradas um grupo de risco. É preciso ainda considerar que muitas gestantes já possuem outros fatores de risco, incluindo anemias, obesidade, pressão alta, outras doenças metabólicas ou imunológicas, e mesmo de origem genética e, nestes casos, o risco é ainda maior. Por isso a prevenção é fundamental durante toda a gravidez.
Infelizmente a vacina existente não é uma opção, pois, como toda vacina feita com vírus vivo inativo, ela não é indicada às gestantes e mães que amamentam.
Os cuidados que as gestantes devem tomar para evitarem contrair a doença são os mesmos que todas as pessoas devem tomar, mas de forma muito mais séria, com maior disciplina e atenção.
O primeiro deles, sempre que possível é claro, é evitar ir a áreas onde a epidemia de dengue é mais severa e o estado de emergência tenha sido decretado, assim como a locais onde o saneamento não é tão bom e os cuidados para a prevenção não são tão intensos.
O segundo cuidado é prevenir a proliferação do mosquito na sua residência e nas residências dos familiares que costuma frequentar, observando todos os cuidados amplamente divulgados pelas autoridades e meios de comunicação quanto a evitar o acúmulo de água.
Já os cuidados pessoais para prevenção incluem o uso de calças longas, camisas de manga, telas nas janelas e uso diário de repelentes permitidos para grávidas e somente se tiverem sido indicados por sua médica ou médico, que conhece os detalhes de sua saúde e os riscos com o uso de qualquer substância por você. Os repelentes industriais seguros são os registrados na Anvisa e que contém DEET, Icaridina ou IR3535 em sua composição. Já os repelentes naturais às vezes indicados por alguns médicas e médicos incluem o óleo de citronela, o óleo de soja, o óleo de capim -limão e os repelentes com cravo da índia.
Repelentes ambientais e inseticidas também podem ser utilizados em ambientes frequentados por gestantes, desde que estejam devidamente registrados na Anvisa e que sejam seguidas as instruções de uso descritas no rótulo, segundo a Anvisa.
Os sintomas iniciais são os mesmos para as grávidas e para as não grávidas. Para dizer que uma paciente, grávida ou não, está com um caso suspeito de dengue, o primeiro indicador é a febre, acompanhada de ao menos dois dos seguintes sintomas: dor de cabeça; dor no fundo dos olhos; dor muscular; dor nas juntas ou articulações; fraqueza/extrema indisposição; manchas vermelhas pelo corpo.
Como muitos destes sintomas podem ser confundidos com outras doenças e provocar o atraso do início do tratamento da dengue, o diagnóstico precoce e preciso de dengue na grávida é fundamental para que os devidos cuidados sejam iniciados e para que casos mais graves da doença possam ser evitados ou tratados a tempo, pois existe risco quatro vezes maior de ocorrer morte da gestante e cerca de três vezes mais risco de morte fetal ou neonatal, principalmente se a infecção acontecer no terceiro trimestre gestacional. Portanto, a grávida deve procurar o seu médico ou um serviço de saúde logo aos primeiros sintomas.
A vacina Qdenga não é recomendada para gestantes por ser feita com vírus vivo inativo. Apesar de ser muito raro, uma vacina feita com esta técnica pode provocar o desenvolvimento da doença em algumas pessoas. Todas as vacinas desenvolvidas com esta técnica não são recomendadas para gestantes e para pessoas imunodeprimidas, para as quais os riscos de complicações pela doença são maiores.
Fonte: Dra. Elis Nogueira é Ginecologista e Obstetra. Possui título de Especialista em Ginecologia e Obstetrícia pela Associação Médica Brasileira – Federação Brasileira das Sociedades de Ginecologia e Obstetrícia. Possui ainda título em Advanced Life Support in Obstetrics. É membro de entidades médicas reconhecidas como SOGESP e FEBRASGO. Faz parte do corpo clínico dos Hospitais e Maternidades: Maternidade São Luiz Star, Vila Nova Star, Albert Einstein, Pro Matre, Santa Joana, Sírio Libanês, e Santa Catarina.