Casos de famosas, como Karoline Lima, trouxeram o assunto para os holofotes e, com ele, muitas dúvidas surgiram.
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Em menos de dois anos, a influenciadora Karoline Lima e o jogador de futebol Éder Militão se envolveram em diversas disputas judiciais, trazendo à tona questões graves enfrentadas por muitas mulheres durante a gestação e o puerpério. As batalhas judiciais, somadas ao impacto emocional vivido por Karoline, refletem uma realidade comum a muitas mulheres, que precisam lidar com a violência psicológica e a falta de apoio adequado durante um período tão delicado. A exposição pública desses conflitos ressalta a importância de um suporte psicológico especializado para gestantes e puérperas, algo que ainda é insuficiente no Brasil.
“A agressão psicológica é uma forma séria de violência doméstica que muitas vezes antecede a agressão física. Mulheres enfrentam cicatrizes emocionais que podem durar a vida inteira,” explica Rafaela Schiavo, psicóloga perinatal e fundadora do Instituto MaterOnline (@materonline no Instagram). “Manipulação psicológica, controle excessivo e palavras cruéis podem ser devastadores, especialmente durante a gravidez e o puerpério,” acrescenta.
A importância do suporte psicológico durante a gestação
A psicologia perinatal é essencial para a saúde mental das gestantes e puérperas. Essa especialidade ajuda a prevenir e tratar problemas como ansiedade, depressão e estresse, comuns durante esse período. A especialista alerta que a saúde mental da mãe está diretamente ligada ao desenvolvimento saudável do bebê. Sem suporte adequado, os riscos de complicações aumentam.
Recentemente, Karoline Lima compartilhou nas redes sociais detalhes sobre sua luta contra a depressão pós-parto e o abuso psicológico que enfrentou durante o relacionamento com Militão. “Quase desisti da vida. O único motivo que me fez seguir foi a minha filha,” revelou Karoline.
Apesar da nova Lei 14.721 garantir assistência psicológica pelo SUS, o Brasil ainda enfrenta um grande desafio: a falta de profissionais especializados. Atualmente, menos de 1% dos psicólogos no país possuem especialização em psicologia perinatal. “Precisamos aumentar urgentemente o número de psicólogos perinatais para atender à demanda das gestantes e puérperas,” enfatiza Schiavo.
No caso de Karoline Lima, o abuso psicológico e a depressão pós-parto são exemplos claros das dificuldades enfrentadas por muitas mulheres. “Os agressores costumam ser manipuladores, fazendo as mulheres acreditarem que merecem as ofensas e restrições. A violência psicológica geralmente precede a física e pode ser difícil de reconhecer e denunciar,” comenta a psicóloga.
Para melhorar a situação, segundo a especialista, é fundamental formar mais psicólogos perinatais no Brasil. A falta de apoio adequado pode resultar em consequências graves, como parto prematuro e baixo peso ao nascer, além de afetar o desenvolvimento emocional e psicológico da criança. “A saúde mental materna precisa de atenção urgente,” conclui Schiavo. Para mais informações sobre como acessar esses serviços pelo SUS, converse com seu obstetra sobre indicações de psicólogos perinatais
Fonte: Profª-Dra. Rafaela de Almeida Schiavo é psicóloga perinatal e fundadora do Instituto MaterOnline. Desde sua formação inicial, dedica-se à saúde mental materna, sendo autora de centenas de trabalhos científicos com o objetivo de reduzir as elevadas taxas de alterações emocionais maternas no Brasil.