O AVC ou acidente vascular encefálico é um evento que também pode ocorrer na infância, mas é uma situação rara, com incidência estimada de 1 a 6 casos para cada 100 mil crianças/ ano.
É bem mais frequente no período neonatal, até 28 dias de vida, com incidência de 1 caso para cada 3.500 nascimentos.
Existem dois tipos de AVC, que ocorrem por motivos diferentes:
- AVC hemorrágico – as artérias que levam sangue ao cérebro se rompem, em geral, é mais grave. O resultado é a formação de um coágulo no interior do cérebro ou a presença de sangue nos espaços liquóricos.
- AVC isquêmico – as artérias que levam sangue ao cérebro se entopem. Isto pode ocorrer pela formação de placas de gordura nos vasos intracranianos ou pelo deslocamento de uma placa de gordura que “viaja” através dos vasos até ocluir uma artéria intracraniana. Existe uma doença chamada “moyamoya” onde observamos um afilamento progressivos das artérias levando uma insuficiência em determinadas áreas do cérebro, provocando isquemias.
Nas crianças as principais causas de AVC são:
* Cardiopatia congênita, ou seja, doenças que afetam o coração do bebê;
* Doença hematológica tais como a anemia falciforme, leucemia ou linfomas, policitemia, trombocitose;
* Deficiências da coagulação sanguínea;
* Infecções do sistema nervoso central tais como meningite, encefalite, vasculite;
* Anomalias vasculares tais como aneurismas, malformações arteriovenosas, doença de Moyamoya, dissecção arterial;
* Traumatismo cranioencefálico;
* Tumores cerebrais;
* Tromboses venosas ou infartos cerebrais.
Como os pais podem identificar o AVC numa criança? Quais são os principais sinais de alerta?
Os principais sinais de alerta para qualquer tipo de AVC são:
· Fraqueza ou formigamento na face, no braço ou na perna, especialmente em um lado do corpo;
· Confusão mental;
· Alteração da fala ou entendimento;
· Alteração na visão (em um ou ambos os olhos);
· Alteração do equilíbrio, coordenação, tontura ou alteração no andar;
· Dor de cabeça súbita, intensa, sem causa aparente.
O AVC pode acarretar diversas sequelas tais como: motora (dificuldade de movimentação), alterações no comportamento, na fala, entre outros. É muito importante o diagnóstico precoce para que os tratamentos e a reabilitação possam inciar o quanto antes.
O neurocirurgião tem um papel importante na avaliação e decisão sobre a estratégia de tratamento. Existem casos com necessidade de intervenção cirúrgica de emergência e outros que podem ser tratados clinicamente com medicamentos.