O verão está chegando e as férias das crianças, também.
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Com as temperaturas altas e os pequenos em casa, muita gente aproveita para ir à praia, piscina, cachoeiras ou passear ao ar livre. Nesses momentos de lazer, é importante lembrar que a pele das crianças precisa de proteção, pois os danos da exposição solar são cumulativos. Isso quer dizer que os excessos podem provocar agora apenas ardência e vermelhidão, mas, daqui a alguns anos, serem um fator de risco para o câncer de pele, alerta a dermatologista Patrícia Trigo, do Hospital e Maternidade Sepaco, referência em especialidades pediátricas em São Paulo.
“Tanto as crianças quanto os adultos acabam se expondo ao sol no pior horário, a partir das 10h, quando a incidência dos raios UVA e UVB, é mais intensa. Com o tempo, a predisposição para desenvolver um câncer de pele, principalmente em pessoas com peles claras, aumenta”, diz.
Por isso, é necessário usar protetor solar sempre que as crianças forem expostas ao sol. Outra medida, a hidratação, também é fundamental nos dias mais quentes.
“Com as altas temperaturas, é ainda mais importante ingerir água. Nos períodos muito quentes, é indicado consumir, no mínimo, três litros de água por dia. A atenção deve ser maior com as crianças, já que desidratam mais facilmente. Suco de frutas, água de coco e isotônicos também podem ser consumidos”, explica a médica, que fez uma lista de cuidados que devem ser tomados. Confira:
– A hora e o jeito certo de se expor ao sol
A recomendação é evitar pegar sol de forma prolongada nos horários entre 10h e 16h. A orientação é aplicar protetor solar duas horas antes da exposição ao sol e reaplicar o produto a cada quatro horas. Não existe nenhum produto que resista 100% à água, explica Patrícia.
A médica do Sepaco também diz que o uso de camisetas com proteção contra os raios solares e boné não substitui o uso de protetor. Os acessórios são bons aliados, mas, sozinhos, não são suficientes. Ela lembra ainda que é preciso intercalar momentos sob o sol e na sombra, quando possível.
– Fator de proteção solar correto
“O fator de proteção recomendado está entre 45 ou 60 e devem ser usados sempre os indicados para crianças”, diz Patrícia. No caso de bebês, como os protetores solares são produtos químicos, não devem ser usados em menores de seis meses. Além disso, crianças com menos de seis meses não devem ser expostas ao sol depois de 10h da manhã por períodos de mais de 20 minutos, por conta da pele muito fina e sensível
Atenção à pele dos pequenos
Ao notar sinais vermelhos ou feridas que não cicatrizam na pele das crianças, consulte um médico especialista. “É raro ver câncer de pele em crianças, porque a exposição solar é um hábito, algo que se torna crônico. As crianças que pegam muito sol agora podem desenvolver a doença mais tarde, quando adultos, como um reflexo do sol que pegaram desprotegidos na infância e adolescência”, alerta Patrícia.
Se por algum descuido, a criança se queimar demais, a indicação é levar ao hospital.
“Até chegar ao hospital, os responsáveis podem colocar compressas com água em temperatura ambiente e usar cremes calmantes nas áreas afetadas”, explica a dermatologista.
– Cuidado com a hidratação
Crianças desidratam com mais facilidade do que os adultos, por isso a hidratação é muito importante. A recomendação é a ingestão de mais de três litros de líquido ao dia.
“São várias as indicações de que uma criança está em processo de desidratação. Boca e lábios secos, aumento de sede, urinar com menor frequência, irritabilidade, brincar e falar menos, choro sem lágrimas, afundamento dos olhos e das bochechas e perda de peso em alguns dias”, diz Patrícia, que alerta também, para outros sinais, como vomitar todos os líquidos que ingere, prostração, fraqueza e cansaço. A desidratação grave pode ser fatal caso não seja tratada”, finaliza a médica do Sepaco.
Fonte: dermatologista Patrícia Trigo, do Hospital e Maternidade Sepaco, referência em especialidades pediátricas em São Paulo.