Embora atinja ambos os sexos, na mulher a Obesidade pode ter um impacto extremamente negativo na sua saúde
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A Obesidade é uma doença crônica e global e os números continuam crescendo. Estima-se que já são cerca de 1 bilhão de obesos, 650 milhões são adultos, 340 milhões são adolescentes e 39 milhões são crianças, segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde).
Embora atinja ambos os sexos, na mulher a Obesidade pode ter um impacto extremamente negativo na sua saúde, em diferentes fases da vida. Por isso, é fundamental estar atenta ao ganho de peso. Quem faz este alerta é a Dra. Maria Socorro Medeiros Morais, ginecologista, nutróloga, CEO do Instituto Ser Melhor e representante da ABRAN (Associação Brasileira de Nutrologia) no Rio Grande do Norte.
Na GRAVIDEZ, a doença pode impactar tanto a saúde da mãe como a do bebê. Há um aumento no risco de abortos, nas primeiras semanas de gestação, de hipertensão arterial – no ciclo gravídico conhecido como eclampsia – diabetes gestacional, infecções genitais por fungos e bactérias, prematuridade, dificuldades na hora do parto, normal ou cesariana. No bebê, a obesidade materna pode predispor os filhos a um maior risco de desenvolver a doença, desde a infância, e todas as consequências resultantes dessa patologia.
Na VIDA ADULTA, se a mulher já for obesa desde infância e adolescência, é imprescindível uma mudança no estilo de vida, com adoção de hábitos saudáveis, que incluem uma alimentação equilibrada, atividade física e o uso de medicamentos, quando necessário e sob a orientação médica. Estes cuidados são essenciais para ela chegar na menopausa com um peso confortável, que não é o mesmo que peso ideal, mas que é mais seguro para sua saúde.
“Essa recomendação é para lembrar que é justamente na menopausa, com a queda dos hormônios sexuais, que a mulher tende a ganhar mais gordura, principalmente na cintura abdominal, aumentando o risco para as doenças crônico-degenerativas e cardiovasculares, como hipertensão arterial sistêmica, acidente vascular cerebral (AVC), infarto agudo do miocárdio, além do diabetes, alguns tipos de câncer e problemas osteoarticulares. Há ainda as alterações emocionais e da autoimagem corporal, que geram oscilações de autoestima e se refletem na qualidade de vida”, explica a nutróloga.
É importante ressaltar que a transição para a menopausa, ou o climatério, é a janela de oportunidade para mudanças positivas no estilo de vida das mulheres e nas emoções para preparar o corpo para as décadas seguintes. Na FASE 60+, quando a mulher é inserida no grupo de pessoas idosas, o excesso de peso pode ocasionar ainda maior risco para a prevalência das doenças crônicas-degenerativas e comprometer a autonomia e a mobilidade.
“É necessário frisar que, não importa a idade, ganha saúde, conforto e longevidade quem elimina o excesso de gordura corporal. A obesidade, como doença crônica, multifatorial e complexa, exige abordagens diferenciadas para se eliminar o excesso de gordura de forma sustentada, evitando-se o efeito sanfona: emagrece-engorda”. A especialista ainda ressalta que, uma mudança nos hábitos diários pode ser um ponto de partida, mas muitas vezes não é suficiente. “São necessários, além do esforço da paciente, uma abordagem multidisciplinar, que inclui além do nutrólogo, educador físico, fisioterapeuta, psicólogo e outros especialistas, medicações especificas, até o extremo da cirurgia bariátrica”.
Fonte: Dra. Maria Socorro Medeiros Morais, ginecologista, nutróloga, CEO do Instituto Ser Melhor e representante da ABRAN (Associação Brasileira de Nutrologia) no Rio Grande do Norte.