Funcionalidade, adaptação e segurança são os pilares para o projeto de um quarto infantil; as arquitetas Caroline Monti e Amanda Cristina,
Não é fácil encontrar um estilo de decoração que agrade todo mundo, ainda mais quando falamos de crianças. Para elas, é importante um estilo que acompanhe os seus momentos de crescimento e amadurecimento. Além disso, alguns elementos que afloram a criatividade da criança podem deixar o quarto ainda mais completo. Desde as cores utilizadas nas paredes, até móveis e elementos de decoração devem ser usados de forma correta e entendendo o que as crianças querem e gostam de ter em seus quartos. O quarto deve ser um espaço em que a criança possa se divertir, mas também se sentir relaxada e confortável.
Segundo as arquitetas é importante entender que não existe um estilo específico de quarto para cada idade. “O que existem são as decorações que são adaptadas conforme a idade. Normalmente, em quartos de bebê, gostamos de trazer o aconchego com uma certa tranquilidade. A partir do momento que a criança começa a ter autonomia para brincar, gostamos de trabalhar com o lúdico e coisas que tragam criatividade. Até os dois primeiros anos da criança, acreditamos que o quarto precisa ter como objetivo principal trazer uma sensação de conforto, tranquilidade e uma paleta de cores em tons pastéis”, explica Caroline.
Já para crianças entre os 2 e 6 anos de idade, é importante que a decoração faça parte da sua vida, ou seja, os objetos precisam trazer uma maior criatividade. “Para essa idade, podemos montar uma parede de lousa e papéis para desenhar. O ideal é que a decoração traga autonomia para a criança pegar seus próprios brinquedos e, inclusive, incentivar a guardá-los. Já os pequenos crescidos, entre 6 e 12 anos, costumamos buscar um estilo mais específico, já que nessa idade as crianças já escolhem o que gostam. Então, provavelmente, falamos de personagens de jogos, um quarto voltado mais para ‘adolescentes’, também pensando em não ter que se desfazer dele tão cedo, com bancadas de estudos e televisão”, entende Amanda.
Pensando em quem busca a melhor forma de montar um quarto para criança, as arquitetas listaram as principais dicas. Confira:
1. Autonomia e identificação: é importante sempre pensar na idade da criança e em como ela irá utilizar daquele espaço. “É sempre bom trazer autonomia, deixando as coisas de fácil acesso para os pequenos conseguirem pegar e usar. Para além das crianças, também é preciso entender o estilo dos pais e trazer um pouco disso para a decoração dos seus filhos”, diz Caroline.
2. Pense no melhor estilo de quarto: todas as crianças são diferentes e buscam encontrar algo único em seus quartos. “O estilo de quartos montessorianos está bastante em alta, mas muitas pessoas também gostam da ideia de um quarto mais moderno e lúdico, com cores, que tragam vida e personalidade, além da aplicação de móveis mais retos que podem ser usados por mais tempo. O clássico também é algo bem atemporal, que trabalha muito com curvas e detalhes em madeira trazendo aconchego”, complementa Amanda.
3. Se mantenha atento a idade: é importante saber que o que as crianças buscam encontrar em seus quartos acaba mudando conforme a idade delas. “Um projeto moderno é algo que podemos encaixar em várias idades, pensando apenas em detalhes com papéis de parede, prateleiras decorativas e até mudando as cores das paredes, sem ter que mudar o quarto completo em todas as fases da criança”, entende a arquiteta Caroline.
4. Combinação das cores: as cores costumam ter forte impacto no dia a dia, além de mexer bastante com o emocional das pessoas. “É sempre bom pensar na melhor forma de utilizar as cores em um projeto. Às vezes, tudo claro demais pode cansar e deixar sem personalidade. Devemos sempre pensar em algo que a criança goste, deixando alguns espaços com cores que trazem mais vida, mas sempre atentos para não colocar cores demais no quarto. Quando a pintura de um cômodo se torna pesada, costumamos cansar muito rápido e não deixa a sensação de conforto e tranquilidade que procuramos em um quarto”, completa Amanda.
5. Móveis funcionais: uma ótima dica é encontrar móveis que sejam capazes de se adaptar conforme a criança vai crescendo. “Os móveis funcionais são ótimos para transformar o quarto sem precisar trocar tudo novamente. Um baú, por exemplo, é perfeito para guardar os brinquedos das crianças e não deixar o quarto bagunçado – já no futuro, pode servir para guardar papéis ou até mesmo roupas. Um berço também pode se transformar em cama após alguns anos, acompanhando o crescimento da criança”, conclui Caroline.
Fonte: Formadas em Arquitetura e Urbanismo, as arquitetas Amanda Cristina e Caroline Monti são sócias do escritório Evertec Arquitetura.