De acordo com levantamento do INCA, no Brasil, o câncer é a doença que mais mata crianças e adolescentes de 1 a 19 anos, com desigualdade regional nas chances de cura
No Mundo, metade da população não tem acesso a todos os serviços essenciais de saúde. De acordo com levantamento recente do Conselho Federal de Medicina (CFM), o Brasil teve um salto no número de médicos e hoje apresenta cerca de 545,4 mil profissionais estão em atividade no país. Isso dá 2,56 para cada mil habitantes – próximo ao índice de outros países, como os Estados Unidos. Entretanto, os dados mostram desigualdade na distribuição e fixação de profissionais, com menos médicos no interior e em cidades pequenas. Quando o assunto é câncer, essa desigualdade fica ainda mais em evidência.
“Apesar de vivermos em uma época de avanços na prevenção, diagnóstico e tratamento da doença, ainda há um cenário de desigualdade nas chances de cura do câncer infantojuvenil. Segundo o levantamento do Instituto Nacional de Câncer, o Inca, enquanto as chances médias de sobrevivência nas regiões Sul do Brasil são de 75% e na região Sudeste são de 70%, nas regiões Centro-Oeste, Nordeste e Norte elas são de 65%, 60% e 50% respectivamente.”, relata Francisco Neves, superintendente institucional e fundador do Instituto Ronald McDonald.
Por isso, todo dia 15 de fevereiro, o mundo volta seus olhares para o tema marcado pelo Dia Internacional da Luta contra o Câncer Infantil. Criada em 2001, a campanha global busca conscientizar a população mundial sobre o câncer infantil e apoiar crianças e adolescentes com a doença, além de seus familiares.
“O câncer não é uma doença fácil de encarar. Estamos felizes por encontrar um lugar onde somos tão bem acolhidos. Aqui é a nossa segunda casa”, afirma Sandra, mãe da Maria Vitória e hóspede do Programa Casa Ronald McDonald, um dos programas coordenados pelo Instituto no Brasil. De acordo com levantamento do INCA- – Instituto Nacional do Câncer, no Brasil, o câncer é a doença que mais mata crianças e adolescentes de 1 a 19 anos
No Brasil, o tempo entre a percepção de sintomas e a confirmação diagnóstica do câncer infantojuvenil é longo e por isso muitos pacientes chegam ao tratamento em fase avançada da doença. De acordo com pesquisa realizada pelo Inca, cerca de 80,8% dos pacientes que iniciaram o tratamento da doença chegaram ao hospital sem diagnóstico.
Para mudar essa realidade, há quase 24 anos o Instituto Ronald McDonald atua para propiciar saúde e bem-estar de crianças, jovens e suas famílias e contribui para aumentar as chances de cura do câncer infantojuvenil no Brasil. “Trabalhamos diariamente com o propósito de impulsionar e promover um amanhã mais saudável e com maiores oportunidades para todos, com acesso aos melhores serviços de saúde. Nossa ideia é trabalhar para que mais crianças cheguem ao hospital no estágio inicial da doença, diminuindo os custos para o tratamento e aumentando as chances de cura. Por isso, investimos no programa Diagnóstico Precoce”, conclui o superintendente do Instituto.
O programa capacita profissionais e estudantes da saúde e sensibiliza profissionais da educação básica sobre o tema. O conhecimento e alerta dos sinais e sintomas podem ser decisivos para a detecção e diagnóstico precoce, fundamental para aumentar as chances de resultados positivos durante o tratamento da doença. O programa auxilia os profissionais de saúde e da área de educação a terem conhecimento sobre os sinais sugestivos do câncer infantojuvenil, e orienta sobre o encaminhamento adequado para as crianças ou adolescentes que apresentam possíveis sintomas. Nas localidades em que profissionais foram capacitados, os resultados do programa Diagnóstico Precoce apontaram os seguintes indicadores: aumento de 23% nos encaminhamentos de crianças e adolescentes com suspeição da doença para um serviço especializado, diminuição de 61% no tempo entre a suspeita e o diagnóstico (de 13 para 5 semanas). Nos locais não capacitados, essa taxa de tempo entre a percepção e diagnóstico apresentou redução de 25% (8 para 6 semanas).
Fonte: Instituto Ronald McDonald Organização sem fins lucrativos, o Instituto Ronald McDonald (IRM) há quase 24 anos atua para propiciar saúde e bem-estar de crianças, jovens e suas famílias e contribui para aumentar as chances de cura do câncer infantojuvenil no Brasil.