Câncer infantil raro gera características masculinas adultas em crianças abaixo de cinco anos
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Crescimento acelerado, aumento dos genitais, acne e pilificação (pelos em excesso pelo corpo, inclusive no púbis). Crianças com idade abaixo de cinco anos que manifestem esses sinais devem ser levadas o quanto antes para uma consulta pediátrica, uma vez que são sinais e sintomas que podem indicar a presença de câncer de adrenal, tumor infantil raro causado pela multiplicação descontrolada de células das glândulas adrenais.
Localizadas acima dos rins, essas glândulas são responsáveis pela produção de hormônios. “Em 80% dos casos, o carcinoma de adrenal provoca secreção hormonal em excesso, o que leva à virilização, ou seja, o surgimento de características masculinas adultas nas crianças de ambos os sexos”, explica a dra. Natália Brenneken Duarte Ambar, oncologista pediátrica do Hospital do GRAACC, especialista em tumores pediátricos.
É fundamental destacar a importância do diagnóstico precoce para aumentar as chances de cura sobre a doença. Uma vez identificados os primeiros sinais e sintomas, o pediatra pode realizar a detecção do câncer de adrenal através de exames laboratoriais (dosagem hormonal) e de imagem (tomografia computadorizada e ressonância magnética), com confirmação por meio de estudo anatomopatológico (análise microscópica de tecidos retirados das glândulas adrenais).
Centro médico de excelência, o Hospital do GRAACC destaca-se ao oferecer todos os recursos essenciais para o tratamento abrangente do câncer de adrenal, que requer intervenção cirúrgica, administração de drogas citotóxicas, realização de quimioterapia convencional e, quando indicado, aplicação de radioterapia. Essa abordagem abrangente e especializada, aliada a uma equipe multidisciplinar, assegura que os pacientes recebam cuidados completos, considerando as complexidades inerentes a este tipo raro de câncer pediátrico.
De acordo com Ambar, todos os cânceres infantis podem ser considerados raros. “São definidas como doenças raras aquelas que afetam menos de 200 mil pessoas. Nos Estados Unidos, são diagnosticados anualmente 15 mil novos casos de câncer pediátrico. Já no Brasil, o Instituto Nacional do Câncer (INCA) estima 7.930 casos novos de tumores infantojuvenis para cada ano do triênio 2023-2025, o que corresponde a um risco estimado de 134,81 por milhão de crianças e adolescentes”.
Nesse contexto, o carcinoma de adrenal está entre os tumores pediátricos mais raros, e corresponde a apenas 0,2% dos cânceres infantis. Nos EUA, são esperados 25 novos casos desse tipo de câncer em crianças por ano. No Brasil, a incidência é 10-15 vezes maior do que a observada nos EUA. “Estudar uma neoplasia como essa é extremamente desafiador devido ao baixo número de pacientes, a predominância na população adolescente e a falta de ensaios clínicos”, afirma a médica do GRAACC. “A boa notícia é que esse tumor tem boas chances de cura, desde que diagnosticado precocemente, enquanto está pequeno e localizado, e seja completamente removido por intervenção cirúrgica”, pondera Ambar. “Pela raridade e complexidade da doença, se faz necessário tratamento em centro oncológico pediátrico especializado, como o Hospital do GRAACC, que tem total capacidade de diagnosticar e tratar esses pacientes”, observa
Fonte: dra. Natália Brenneken Duarte Ambar, oncologista pediátrica do Hospital do GRAACC, especialista em tumores pediátricos