Diástase: como Tratar o Abaulamento Abdominal que Acomete as Gestantes?

Uma condição comum entre as grávidas, a diástase consiste em um abaulamento abdominal causado pelo crescimento da barriga durante a gestação

Muitas mulheres, durante e depois da gravidez, sofrem de um mal comum: a diástase. Alguns estudos indicam que até 60% das gestantes sofrem com essa condição que, muitas vezes, precisa ser corrigida por via cirúrgica.

Mas, antes de falarmos sobre tratamentos, vamos entender exatamente o que esse termo significa.

A parede do abdômen é formada por um músculo longo e achatado, o chamado “reto”, que é dividido em ventres. Durante a gravidez, esses ventres se abrem para acomodar o volume do útero, que está em constante crescimento – é por isso, inclusive, que as mulheres costumam ter flacidez após darem à luz. Ao contrário do que se pensa, não é que a pele “sobra”, mas a musculatura local fica flácida depois de 9 meses de gestação.

À medida que as semanas e os meses pós-parto passam, a tendência é que a barriga da mulher volte ao normal. No entanto, a questão é que nem sempre ela retoma o estado natural completamente – a parede abdominal fica fraca e o abdômen, abaulado.

“Esse afastamento permanente dos ventres desse músculo se chama diástase de reto”, explica a Dra. Larissa Sumodjo, cirurgiã plástica pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP). “A maioria das mulheres que tiveram filhos têm algum grau de diástase, que depende principalmente da genética individual, do número de gestações e do ganho de peso.”

Como ocorre a correção da diástase?

É aí que entra o cirurgião plástico, que pode se utilizar de duas técnicas para a correção desse abaulamento.

“A correção pode ser feita sob visão direta, quando deslocamos a pele do abdômen e fechamos essa diástase, ou via endoscópica, sem descolamento da pele”, explica a também cirurgiã plástica Dra. Tatiana Moura. “Quando fazemos a cirurgia plástica de retirada do excesso de pele da barriga, a chamada abdominoplastia, corrigimos a diástase para, dessa forma, termos um melhor contorno da parede abdominal e corrigirmos parte do abaulamento.”

Aqui, no entanto, existe um ponto importante: a diástase não precisa, necessariamente, ser corrigida. Tudo depende da avaliação médica e, principalmente, do grau da condição. Via de regra, casos mais severos recebem indicação cirúrgica, e os mais leves podem ser submetidos à abdominoplastia, que pode acompanhar a correção da diástase.

“Existem mulheres que podem até ter flacidez cutânea, mas que não justifica uma plástica de abdômen – seja pelo fato de ser leve, seja porque não é um ponto de incômodo”, continua Larissa. “Nesse caso, a necessidade de correção da diástase vem de uma análise da interferência que ela causa, que vai desde um abaulamento discreto durante os esforços, até um afastamento muscular que pode chegar a 10 cm, causando problemas não só estéticos, mas também funcionais.”

De qualquer maneira, a avaliação de um cirurgião plástico não só determina o melhor procedimento a ser feito, como também ajuda no planejamento desse procedimento, no levantamento de riscos e expectativas sobre os resultados.

Ainda assim, é preciso paciência: a correção da diástase nunca acontecerá imediatamente após o parto. “Qualquer cirurgia eletiva pós-parto deve ser feita pelo menos seis meses após a paciente parar de amamentar”, diz a Dra. Tatiana. “Se houver desejo de outra gestação o ideal é aguardar e fazer a correção da diástase após o desejo da prole estar constituído.”

Autoria :Dra. Larissa Sumodjo

  • Médica granduada pela Universidade federal de São Paulo – UNIFESP/EPM (2006)
  • Residência médica em cirurgia geral – Universidade federal de São Paulo – UNIFESP/EPM (2007/2008)
  • Residência médica em cirurgia plástica – Universidade federal de São Paulo – UNIFESP/EPM (2009-2011)
  • Membro associado da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (desde 2012)
  • Membro titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (desde 2014)
  • Chefe de equipe de reconstrução mamária do programa de filantropia do Hospital Sírio Libanês (2012 a 2018)
  • Médica de retaguarda de cirurgia plástica do Hospital Sírio Libanês (2019-2021)

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