Se não tratada corretamente uma DST pode trazer consequências graves além de impedir o sonho de ter um filho.
Por causa de sua anatomia, os órgãos sexuais femininos têm propensão deinfecções muitas vezes silenciosas, que podem comprometer a fertilidade feminina de modo irreversível.
Uma infecção séria pode facilmente causar aderência nas Trompas de Falópio ou até mesmo bloqueá-las, fazendo com que percam a sua funcionalidade. As infecções podem ser resultado de Doenças Sexualmente Transmissíveis (DSTs), que nem sempre apresentam sintomas visíveis.
“Quando deparamos com uma paciente com dificuldade para engravidar, um dos primeiros passos é conferir como estão as trompas”, explica o especialista em medicina reprodutiva, João Ricardo Auler, diretor médico da Clínica Pró Nascer.
Auler chama a atenção para as infecções muitas vezes causadas pela Clamídia, uma DST que é bacteriana e pode danificar o órgão reprodutor feminino, já que três em cada quatro mulheres com infertilidade tubária portam a doença.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a cada ano ocorrem em torno de 92 milhões de novos casos de clamídia no mundo. Entretanto, apenas uma pequena parcela deles é diagnosticada e tratada já que a doença é uma DST silenciosa, ou seja, em 80% dos casos não há sintoma.
Evitar as DSTs e, assim, prevenir as infecções tubárias nem sempre é tão fácil, já que algumas bactérias estão se tornando resistentes aos antibióticos. Dados dos Centros de Controle de Doenças dos EUA mostram que a gonorreia, por exemplo, já tem certa resistência a penicilina, tetraciclina e fluoroquinolona. “A gonorreia é mais uma doença que em geral não apresenta sintomas, mas se não tratada, também pode levar a infertilidade e dor crônica”, ressalta o especialista.