Maíra Cardi afirmou em entrevista à utilização da técnica durante a gravidez
Durante participação em um programa de televisão, a coach e ex-BBB Maíra Cardi, afirmou que ela e o marido Arthur Aguiar, mudaram a alimentação quando decidiram aumentar a família com o intuito de fazer com que pudessem zerar os genes causadores de anomalias. Cardi disse que o nome desse tratamento é modulação epigenética e que durou 6 meses antes de engravidar. Atualmente, Maíra e Arthur são pais da pequena Sophia, de 3 anos.
O assunto trouxe muita curiosidade sobre como apenas uma mudança de alimentação poderia colaborar em uma mudança genética, se isso realmente acontece e se isso também é possível em casos de reprodução assistida.
“A Epigenética, estudo de modificações da expressão gênica sem desencadear alterações da sequência de DNA, mostra que essas mudanças podem ser transmitidas para as gerações futuras. Inclusive já está comprovado que o ambiente intra-uterino durante a gestação pode promover essas modificações epigenéticas”, afirma o médico especialista em reprodução humana, Nilo Frantz, da Nilo Frantz Medicina Reprodutiva.
Desse modo, de acordo com o especialista, as mães que passaram por procedimentos de ovodoação, por exemplo, podem deixar marcas únicas e duradouras no bebê que gestam, que podem ser vistas desde a forma em que os indivíduos se manifestarão no futuro até seus hábitos alimentares.
“Além das heranças genéticas e epigenéticas, o ambiente de criação também é um fator decisivo no desenvolvimento adequado de características sociais e cognitivas das pessoas. As crianças absorvem muitos comportamentos do ambiente familiar e das pessoas com quem convivem”, explica o especialista.
O desenvolvimento do embrião acontece a partir da coordenação dos eventos biológicos com base no genoma, conjunto de todos os genes de um indivíduo sob a forma de sequência de DNA.
“Os genes são herdados a partir do óvulo e do espermatozoide, entretanto, a expressão Gênica, ou seja, a maneira como eles são expressos é que vai moldar o ser humano em uma infinidade de aspectos”, explica Frantz.
Para o especialista, uma das preocupações das mulheres que optam pela ovodoação é a impossibilidade de transmitir ao filho suas características pessoais.
“Diversos estudos têm demonstrado que a epigenética e o ambiente de criação têm papéis fundamentais na herança, nos comportamentos e nos vínculos que se estabelecem no contexto das novas configurações familiares”, conclui Frantz.