Os alimentos ultraprocessados são altamente irresistíveis, viciantes e de longa validade, porém nada nutritivos.
Alimentos processados fazem parte da nossa rotina alimentar diária, mas será que realmente sabemos o que estamos consumindo? Os alimentos ultraprocessados são feitos com níveis variados de processamento industrial e contêm ingredientes que não costumam ser utilizados na culinária caseira, como conservantes, adoçantes artificiais e emulsificantes. Mas por que isso é um problema?
Estudos têm mostrado que o consumo de alimentos ultraprocessados pode estar relacionado a diversos problemas de saúde, como obesidade, diabetes tipo 2, doenças cardiovasculares, câncer e doenças neurodegenerativas. Esses alimentos geralmente possuem baixo teor de nutrientes e alta densidade energética, o que significa que têm um alto teor calórico em relação ao seu conteúdo nutricional.
Os ingredientes utilizados na fabricação desses alimentos também podem ter efeitos prejudiciais à saúde. Conservantes, corantes, adoçantes artificiais e emulsificantes são alguns exemplos de aditivos químicos usados em alimentos ultraprocessados. Esses aditivos podem ter efeitos tóxicos no corpo humano, especialmente quando consumidos em quantidades excessivas.
Os emulsificantes são compostos químicos encontrados em muitos alimentos ultraprocessados que melhoram a aparência e a textura dos alimentos e prolongam sua vida útil. Estudos têm mostrado uma relação clara entre a ingestão de emulsificantes e um risco acrescido de câncer em geral, câncer de mama e doenças cardiovasculares. Além disso, o adoçante aspartame é um dos aditivos mais polêmicos em alimentos ultraprocessados. Embora seja duzentas vezes mais doce que o açúcar e tenha sido anunciado como uma ótima alternativa de baixa caloria, surgiram dúvidas sobre seus possíveis efeitos nocivos. A OMS afirmou que o uso prolongado de adoçantes como o aspartame pode aumentar o risco de doenças crônicas, como diabetes e obesidade.
O médico nutrólogo, Dr. Ronan Araujo, explica que o consumo de alimentos industrializados traz uma sobra de energia calórica e pouca nutrição ao organismo. Consumir vários desses alimentos potencializa os efeitos ao corpo provocando inflamação e obesidade.
A má alimentação também pode causar danos à saúde dos jovens, como deficiência de concentração, de aprendizado e de memória. A insuficiência de nutrientes pode provocar, ainda, alterações neurológicas na adolescência, acarretando doenças como: hipertensão, diabetes, alterações articulares e comportamentais.
Mas como podemos evitar esses alimentos em nossa dieta? A resposta é simples: optando por alimentos frescos e pouco processados. Esses alimentos são ricos em nutrientes essenciais, como vitaminas, minerais e fibras, e têm baixo teor de sódio, gordura e açúcar adicionados.
“Ao escolher alimentos frescos e pouco processados, é importante também evitar adicionar muitos temperos, gorduras, açúcares e sal, que podem diminuir os benefícios nutricionais desses alimentos. É possível preparar alimentos frescos e pouco processados sem adicionar muito sal ou açúcar.” Orienta o Dr. Ronan Araujo.
Algumas dicas incluem:
– Use ervas e especiarias: Ervas e especiarias podem adicionar sabor e aroma aos alimentos sem a necessidade de sal ou açúcar. Experimente usar alho, cebola, gengibre, orégano, alecrim, tomilho, entre outros.
– Adicione suco de limão ou vinagre: O suco de limão fresco ou vinagre pode adicionar acidez aos alimentos sem a necessidade de sal, ou açúcar. Use em saladas, legumes grelhados ou peixe assado.
– Cozinhe com caldo de legumes: O caldo de legumes caseiro pode ser usado para cozinhar arroz, quinoa, sopas e ensopados, adicionando sabor e nutrientes sem a necessidade de sal.
– Use frutas em vez de açúcar: Frutas frescas ou congeladas podem ser usadas para adoçar sobremesas ou smoothies, reduzindo a necessidade de açúcar refinado.
– Experimente diferentes métodos de cozimento: Assar, grelhar, cozinhar a vapor e refogar são métodos de cozimento que podem adicionar sabor aos alimentos sem a necessidade de adicionar sal ou açúcar.
Além disso, uma dieta rica em alimentos frescos e pouco processados pode trazer muitos benefícios à saúde, como redução do risco de doenças crônicas, melhora da saúde cardiovascular e controle do peso corporal. Um estudo realizado por cientistas do King’s College, de Londres, comprovou que seguir uma dieta de alimentos ultraprocessados pode levar ao aumento de açúcar no sangue, níveis elevados de gordura e ganho de peso em apenas duas semanas. Em contrapartida, uma dieta rica em alimentos frescos ou pouco processados pode resultar na perda de peso.
Além de tudo, vale prestar atenção aos rótulos dos alimentos e escolher aqueles com menos aditivos químicos. A leitura dos rótulos dos alimentos pode ser complexa, mas é importante prestar atenção às informações nutricionais, aos ingredientes e à lista de aditivos químicos.
“É importante lembrar que a escolha de alimentos frescos e pouco processados deve ser uma escolha consciente, e não uma mudança temporária na dieta. A chave para uma alimentação saudável é a moderação e o equilíbrio. Não é necessário eliminar completamente os alimentos ultraprocessados da dieta, mas sim reduzir seu consumo e optar por alimentos frescos e pouco processados sempre que possível.” Finaliza o Dr. Ronan Araujo.
Fonte: Dr. Ronan Araujo: Formado em medicina pela Universidade Cidade de São Paulo, médico especializado em nutrologia pela ABRAN (Associação Brasileira de Nutrologia). Com foco em causar impacto e mudar a vida das pessoas através de sua profissão, ele também se tornou membro da ABESO (Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e Síndrome Metabólica), que o leva a ser atualmente um dos médicos que mais conhece e entrega resultados quando falamos sobre emagrecimento e reposição hormonal.