Quais são os exames necessários para diagnosticar a infertilidade e como resolver essa questão?
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Um casal tentante, aquele que está na busca por uma gravidez, pode enfrentar muita frustração. Mas é fundamental buscar ajuda médica para identificar qual é o problema que está causando infertilidade e como resolver a questão. “Geralmente, as mulheres com menos de 35 anos e saudáveis devem tentar engravidar por um ano antes de marcar uma consulta com um especialista em fertilidade. Mulheres com mais de 35 anos devem ver um após 6 meses. No entanto, como os fatores masculinos representam, sozinhos, aproximadamente 30% de todos os casos de infertilidade, é importante que ambos os parceiros sejam submetidos a testes de fertilidade”, explica o ginecologista obstetra Dr. Fernando Prado, especialista em Reprodução Humana, Membro da Sociedade Americana de Medicina Reprodutiva (ASRM) e diretor clínico da Neo Vita.
Antes de qualquer teste ou procedimento, o primeiro passo é o casal passar por uma entrevista médica. Segundo o Dr. Fernando, o médico especialista em fertilidade perguntará sobre uma variedade de condições que podem influenciar a fertilidade, como obesidade, doenças sexualmente transmissíveis, doenças da tireoide, desequilíbrio hormonal e até hábitos de vida, que também podem influenciar.
Nessa entrevista outras perguntas podem incluir discussões sobre o uso passado de anticoncepcionais, a vida sexual e as histórias reprodutivas de familiares imediatos (pais e irmãos). “O médico também precisará saber sobre qualquer medicamento que o paciente tenha tomado recentemente ou esteja tomando atualmente. Após o histórico médico, o casal passará por um exame físico geral. As mulheres também farão um exame ginecológico. A partir de então, cada um passará por uma avaliação específica de gênero”, diz o médico.
Avaliação da Fertilidade Feminina: O teste da fertilidade em mulheres pode ser feito por meio de imagens especiais, exames de sangue, níveis hormonais e outros procedimentos. “Exames de imagem especiais podem ser realizados por meio de uma histerossalpingografia (HSG) ou histerossonografia para visualizar as tubas e a cavidade uterina em busca de anormalidades ou outros problemas. Os exames de sangue para avaliar a reserva ovariana determinam o estoque de óvulos nos ovários e as chances de gravidez; isso é feito por dosagens do hormônio folículo-estimulante (FSH), estradiol e hormônio anti-mulleriano (AMH)”, diz o Dr. Fernando. O médico conta que um dos meios mais simples de se avaliar a fertilidade feminina é a análise da ovulação por meio da observação da regularidade dos ciclos menstruais, ou seja, se a mulher está menstruando todos os meses. “A falta de ovulação é a causa mais comum da infertilidade feminina”, diz. Se considerado necessário pelo especialista em fertilidade, outros testes que podem ser realizados incluem histeroscopia, biópsia endometrial, teste de hormônio estimulante da tireóide (TSH) e teste de hormônio prolactina.
Avaliação da Fertilidade Masculina: A baixa contagem de espermatozoides ou má qualidade do esperma são a causa em aproximadamente 30 a 40% de todos os casos de infertilidade conjugal. Sabendo disso, a avaliação da fertilidade masculina também é importante, e envolve uma análise do sêmen. O Dr. Fernando Prado explica que uma amostra é coletada em um recipiente estéril; em seguida, é feita a análise de sêmen. “São feitas análises sobre a quantidade, motilidade e formato dos espermatozoides. Esses testes ajudam a determinar se um número adequado de espermatozoides está presente e se a qualidade do esperma e a movimentação são normais. Além disso, o fluido seminal poderá será cultivado para descartar infecção”, conta o Dr. Fernando.
Por fim, o médico ressalta que todos os casais que estão tentando engravidar há um ano sem sucesso devem ser investigados porque, dependendo das causas e da idade dos pacientes, pode ser uma luta contra o tempo e quanto antes diagnosticar e tratar a causa da infertilidade, melhor o prognóstico de gravidez.
Fonte: DR. FERNANDO PRADO: Médico ginecologista, obstetra e especialista em Reprodução Humana. É diretor clínico da Neo Vita e coordenador médico da Embriológica. Doutor pela Universidade Federal de São Paulo e pelo Imperial College London, de Londres – Reino Unido. Possui graduação em Medicina pela Universidade Federal de São Paulo, Membro da Sociedade Americana de Medicina Reprodutiva (ASRM) e da Sociedade Europeia de Reprodução Humana (ESHRE)[email protected]