Apesar de não poder ser evitado o tratamento logo após o diagnóstico traz ótimos resultados
O torcicolo congênito é uma doença ortopédica que causa o torcicolo sem queixas de dor na criança. O especialista Henrique Cruz, do Instituto de Ortopedia Pediátrica do Rio de Janeiro (IOPERJ), explica: “a deformidade normalmente é óbvia com a cabeça inclinada para lado comprometido e o queixo rodado para o lado oposto. O diagnóstico é clínico pela detecção de uma leve massa palpável no músculo esternocleidomastoideo. Essa massa normalmente desaparece nos primeiros 3 meses de vida”.
O médico ainda diz que a criança pode apresentar uma leve diminuição do movimento do pescoço e, em casos mais graves, a ausência do movimento. “O que leva a uma deformidade na calota craniana do lado acometido e, futuramente, quando não tratado, a assimetrias faciais”, explica.
A causa ainda é desconhecida. Henrique afirma que pode ser causado pelo reduzido espaço intrauterino que leva a uma fibrose do músculo, gerando um encurtamento. “É mais comum na primeira gestação da mulher”, ressalta.
O tratamento deve ser realizado logo após o diagnóstico. Henrique diz que apenas a fisioterapia e estímulos simples, como mudar a posição do berço, resolvem 90% dos casos quando iniciado antes do primeiro ano de vida. “Já o tratamento cirúrgico só é indicado quando a criança apresenta restrição da mobilidade do pescoço maior que 30 graus ou quando já apresenta assimetria facial. A idade ideal para cirurgia é em torno dos 5 anos e o procedimento consiste no alongamento do músculo esternocleidomastoideo”.
O torcicolo congênito não pode ser evitado, mas o diagnóstico e tratamento precoces evitam as complicações e trazem excelentes resultados. “Quando não tratado, a criança pode evoluir com assimetrias faciais, deformidades na calota craniana e alterações visuais”, afirma o Dr. Henrique.
O torcicolo congênito pode levar a um deformidade craniana conhecida como Plagiocefalia Posicional que se não tratada a tempo não poderá ser revertida.