Hoje em dia, há muitas alternativas para que um casal que esteja enfrentando dificuldades para engravidar realize o sonho de construir uma família.
Além da oportunidade da adoção, a medicina reprodutiva avança cada vez mais em técnicas e procedimentos seguros e eficazes no campo da reprodução assistida por meio da manipulação de espermatozoides, óvulos e embriões. Dentre essas técnicas, está a inseminação intrauterina, mais conhecida como inseminação artificial, e a FIV – Fertilização in vitro.
Os nomes já são bastante conhecidos, no entanto, as pessoas ainda possuem dúvidas sobre as semelhanças e diferenças entre esses procedimentos. Por isso, para o meu artigo deste mês, escolhi explicar mais sobre eles. Vamos lá!
A inseminação artificial é um procedimento de baixa complexidade e é realizada para aumentar a capacidade da fertilidade. Na inseminação, nós não realizamos nenhum procedimento invasivo. Após o preparo, os espermatozóides são preparados para aumentar sua concentração, selecionados e injetados no útero.
Os pacientes que possuem indicação para a inseminação artificial, passam por quatro etapas, iniciando pelo uso de hormônios, que estimulam o processo de ovulação. Quando a paciente faz estímulo hormonal, o mais indicado é que sejam realizados exames de ultrassonografia para verificar o crescimento dos folículos, que é onde os óvulos se desenvolvem. Após isso, os espermatozoides são coletados e selecionados, a fim de serem utilizados os que estão em melhores condições. Na 4ª etapa, esses espermatozoides são colocados no útero por meio de um cateter e devem seguir até o óvulo da tuba uterina.
Já a fertilização in vitro (FIV), é um procedimento de alta complexidade, que consiste em fertilizar os embriões por meio da fecundação do óvulo e do espermatozoide dentro do laboratório. A FIV começa com a estimulação dos ovários, depois há a coleta e fertilização dos óvulos, o crescimento dos embriões e, por fim, a implantação deles no útero através de um cateter que leva o embrião até o fundo do útero (endométrio ). Geralmente, a gestação pode ser detectada no período de 9 a 12 dias após esse procedimento. Porém, caso o embrião não seja colocado imediatamente, há a possibilidade do congelamento, que preserva a fertilidade e torna possível o uso deste embrião para uma gestação futura.
Quanto à indicação, a inseminação artificial é recomendada para casos de infertilidade menos complexos, como leves alterações no sêmen e nos casos de casais homoafetivos femininos, por exemplo.
A fertilização in vitro é ideal para mulheres com diagnóstico de endometriose, baixa reserva ovariana, tubas uterinas obstruídas, falhas de tratamentos de menor complexidade, além daquelas que estão acima dos 38/40 anos de idade. No caso dos homens, o procedimento é indicado para aqueles que possuem alterações seminais de moderadas a graves. Geralmente, as recomendações são essas, mas é essencial que os pacientes façam uma avaliação detalhada com um especialista em reprodução assistida. É importante destacar que o Conselho Federal de Medicina recomenda que a faixa etária máxima para realização da transferência embrionária seja até os 50 anos de idade, no entanto não existe mais a proibição acima desta idade, desde que a paciente seja saudável e bem avaliada.
Com relação aos investimentos, a inseminação artificial custa em média de R$ 4 a R$ 6 mil reais. Já a fertilização, varia entre R$ 20 e R$ 30 mil, dependendo da medicação utilizada.
Gostaria de finalizar dizendo que em ambos os procedimentos, além de boas condições físicas para engravidar, é necessário que a paciente verifique se possui problemas de pressão alta, diabetes ou tireoide. As mulheres precisam estar saudáveis clinicamente para iniciarem um tratamento de reprodução. Assim, a gestação tem maiores chances de acontecer de forma segura e tranquila.