Estudo mostra que crianças e adolescentes são as mais afetadas pelo problema e que as taxas de sensibilização mundial a um ou mais alérgenos, comuns entre pessoas idade escolar, chegam a 50%
A estação mais florida do ano já começou e até dezembro promete dias mais bonitos e coloridos. Junto com as belezas típicas da primavera chega também o ar mais carregado de pólens, esporos de fungos e poeira — elementos geralmente alérgenos para grande parcela da população, como as crianças e adolescentes, ainda em fase de desenvolvimento e fortalecimento do sistema imunológico.
Segundo dados da Siemens Healthineers1, a prevalência de doenças alérgicas continua a aumentar no mundo industrializado por mais de 50 anos. O levantamento mostra que ainda que as taxas de sensibilização mundial a um ou mais alérgenos, comuns entre crianças em idade escolar, estão se aproximando de 50%. São alérgenos que geralmente afetam a mucosa respiratória, desencadeando crises que se agravam com a soma de fatores como: as constantes variações de temperatura no período, os ambientes com baixa umidade de ar e o excesso de poeira e ácaros.
O coordenador do departamento de imunoterapia da Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (ASBAI)2, Dr. Fernando Monteiro Aarestrup, explica que a alergia pode ser definida como uma resposta anormal do sistema imunológico depois da exposição a algum agente externo, normalmente presente no ar ou no ambiente. Segundo o especialista, diferente do que muitos pensam, as alergias respiratórias não causam apenas incômodo e transtornos físicos transitórios, elas também podem impactar o sono e o desenvolvimento infantil, prejudicando o rendimento escolar e a vida social de meninos e meninas.
“É fundamenta um acompanhamento médico porque as alergias respiratórias podem evoluir ou se estender por muito tempo. Se o paciente não fizer um acompanhamento adequado pode ocorrer respostas imunológicas fortes e até se transformar em casos graves. A asma, por exemplo, quando alcança é muito perigosa e mata no Brasil, em média, 7 pessoas por dia”, alerta.
No entanto, segundo o médico, não é preciso que os pais fiquem alarmados, basta manterem a rotina de cuidado e a atenção com as crianças. “É preciso acompanhar o problema com médico especialista desde o início e realizar todos os exames clínicos e laboratoriais necessários e, claro, nunca negligenciar a questão como algo menor e passageiro da estação”.
Rinite um problema de saúde pública
De acordo com o manual de Doenças Respiratórias Crônicas do Ministério da Saúde (MS)3, a rinite pode ser considerada a doença de maior prevalência entre as doenças respiratórias crônicas e um problema global de saúde pública, que acomete cerca de 20 a 25% da população.
Embora, muitas vezes, com sintomas de menor gravidade, está entre as dez razões mais frequentes de atendimento em Atenção Primária em Saúde. A publicação também traz a pesquisa da International Study of AsthmaandAllergies in Childhood (ISAAC) onde mostra que, no Brasil, a prevalência média de sintomas relacionados à rinite é de 29,6% entre adolescentes no grupo de países com as maiores taxas mundiais, tanto em asma como em rinite.
Por isso, outro alerta do especialista é que as alergias respiratórias nas crianças mais comuns são rinite e asma — caracterizadas por inflamação no sistema respiratório. A rinite, explica o médico, provoca coceira nos olhos, espirros, nariz entupido e coriza. Já a asma provoca chiado no peito e tosse crônica podendo chegar à falta de ar, perceptível pela respiração ofegante. Dr. Fernando esclarece também que tanto a asma quanto a rinite geralmente estão associadas à dermatite atópica, alergia que compromete a pele e causa ressecamento e feridas na região afetada — principalmente áreas de flexuras de braços e pernas.
“Essas três doenças, juntas, têm origem hereditária e sensibilização alérgica geralmente por ácaros da poeira domiciliar ou alimentos. Se o pai ou a mãe forem alérgicos, as chances de os filhos também serem é de 30%. Se ambos forem alérgicos, a probabilidade passa a ser de 80%”.
A importância do diagnóstico correto
Segundo o manual do Ministério da Saúde, estudos apontam que cerca de 80% das pessoas com asma têm rinite alérgica e de 15% a 30% dos portadores de rinite têm sintomas de asma. As doenças têm entre os principais sintomas: dispneia, desconforto torácico e tosse. Ainda de acordo com o documento, o diagnóstico da asma é principalmente clínico e é importante realizar a prova de função pulmonar para a confirmação e classificação da gravidade. Além disso, é imprescindível investigar a presença de sensibilização alérgica por meio de testes alérgicos no consultório do médico alergista e imunologistas e/ou via exames laboratoriais, que investigam anticorpos específicos da classe IgE associados às alergias.
O médico observa outro fator que deve ser levado em consideração: a complexidade diagnóstica das alergias respiratórias, alergias alimentares e a dermatite atópica. Segundo o especialista, são os testes alérgicos e exames laboratoriais que ajudam a detectar com melhor precisão a causa da alergia e além disso, o histórico clínico de sintomas pode levar à necessidade de teste de exames de sangue tipo IgE sérica específica para investigar os mais de 350 alérgenos existentes: como de animais, medicamentos, poeira, alimentos, gramíneas, insetos, ácaros, fungos, parasitas, árvores, ervas daninhas e muitos outros.
Motivos que reforçam a mensagem da importância de exames mais amplos e precisos, para evitar que algum alérgeno não seja identificado e o problema persista.
“A importância de identificar o alérgeno com precisão é fundamental para o tratamento adequado. Com um diagnóstico assertivo é possível tratar o problema desde sua origem”, explica.
Alergias: sintomas, detecção, tratamentos e cura
Dr. Fernando alerta que é muito importante ficar atento aos sintomas e destaca que as alergias respiratórias muitas vezes são parecidas e sintomas semelhantes, como tosse seca (principalmente no período noturno); coriza; espirros; coceira no nariz; coceira e vermelhidão nos olhos; chiado no peito; falta de ar.
Crianças com mais de dois dessas manifestações podem estar com alergia respiratória, garante o médico e sugere que nesse caso, é preciso buscar orientação de um médico alergista e imunologista, especialidade preparada para tratar alergias respiratórias como asma e rinite alérgica, alergias cutâneas como dermatite atópica e urticárias e também alergias alimentares.
Por isso, é essencial descobrir a causa da alergia para o tratamento específico. Fazer teste alérgico e/ou exames laboratoriais solicitados pelo Alergista e Imunologista é o primeiro passo para identificar e resolver o problema. Além disso, medicações intranasais, medicações inalatórias para asma (as chamadas bombinhas), anti-histamínicos, ajudam o controlar os sintomas, mas tudo, sempre, deve seguir orientações médicas. Dr. Fernando complementa explicando também que é possível fazer o tratamento da rinite e da asma por meio da imunoterapia com alérgenos dispensando, em muitos casos, a utilização de medicação — inclusive com chances de cura.
“É um tipo de tratamento realizado exclusivamente pelo médico alergista e imunologista. Ele modifica a resposta imunológica do paciente, podendo fazer até com que a pessoa deixe de ser alérgica. Mas, para isso, é necessário, antes, realizar todos os exames necessários para detectar a causa, por exemplo o teste IgE específico mencionado acima e/ou os testes alérgicos no consultório”, afirma.
Cuidados simples ajudam a evitar alergias respiratórias
O primeiro passo é ter o controle do ambiente, orienta o médico. Espaços com crianças, geralmente têm brinquedos de pelúcia, acúmulo de móveis, roupas e brinquedos, o que facilita o desenvolvimento de ácaros e o depósito de poeira, fatores que facilitam manifestações alérgicas. O médico lista alguns cuidados que ajudam na prevenção:
– Troque e lave a roupa de cama semanalmente, para evitar os ácaros, poeira e fungos que se alojam na trama dos tecidos;
– Utilize capas antiácaros nos travesseiros e colchões
– Mantenha os ambientes arejados, ventilados e expostos ao sol sempre que possível;
– Utilize pano úmido para a limpeza do chão evitando lançar poeira no ar;
– Use aspirador com filtros limpos e em condições perfeitas de uso. Filtros com resíduos guardados por algum tempo podem proliferar fungos e ácaros, além de acabar vazando para o ambiente aberto. É necessário esvaziá-los logo após o uso e mantê-los sempre higienizados;
– Não acumule brinquedos de pelúcia no quarto das crianças;
– Evite utilizar tapetes e carpetes;
Fonte: Siemens Healthineers | A Siemens Healthineers AG (listada em Frankfurt, Alemanha: SHL) inova em avanços para a saúde. Produto – IMMULITE® , da Siemens Healthineers, que entrega resultados confiáveis e rápidos a partir de uma pequena amostra de sangue e identifica mais de 350 alérgenos.