Pesquisa inédita avaliou 3.724 gestantes que fizeram Fertilização in Vitro (FIV) na Huntington Medicina Reprodutiva
Estudo inédito realizado com 3.724 brasileiras que gestaram a partir de um tratamento de Fertilização in Vitro (FIV) aponta que existe uma correlação entre o peso ao nascer e a prematuridade do bebê, com a idade da mulher. A pesquisa, premiada no Congresso Brasileiro de Reprodução Assistida, foi conduzida na Huntington Medicina Reprodutiva durante quase sete anos, com pacientes que utilizaram óvulos próprios (77,6%) e óvulos doados (22,4%) na reprodução assistida.
De acordo com o estudo, pacientes com mais de 42 anos apresentaram uma taxa global de prematuridade em seus bebês de 20,5%, contra 13,3% em pacientes com menos de 35 anos. Já para as pacientes entre 38 e 40 anos, esta taxa foi de 16,6%. “Após os 35 anos, uma mulher tem o risco de uma gravidez de bebê prematuro aumentado em 4%, a cada ano que passa. É preciso ter consciência de que as gestantes, conforme o envelhecimento, tornam-se grupo de risco, estando suscetíveis a uma série de complicações como diabetes gestacional e pré-eclâmpsia”, comenta a Gerente de Pesquisa e Desenvolvimento da Clínica Huntington Medicina Reprodutiva de São Paulo e co-autora do estudo, Dra. Aline Lorenzon.
Em todo o mundo, as mulheres têm postergado a gravidez. No Brasil, o IBGE constatou esta tendência a partir de 2017, quando 35,1% dos 2,86 milhões de bebês registrados tinham mães com 30 anos ou mais. Embora o congelamento de óvulos seja uma alternativa para que a gestação ocorra com mais tranquilidade, quanto mais velha a mulher estiver, maiores serão os riscos desta gestação.
Nas mulheres com idade avançada de gestação (em especial acima dos 41 anos), verificou-se uma queda considerável no peso dos bebês ao nascimento. Vale ressaltar que baixo peso ao nascer e prematuridade são fatores associados à mortalidade neonatal.
A Dra. Aline Lorenzon ressalta, ainda, que o resultado do estudo é um alerta para que os profissionais e obstetras que acompanham a gestação destas mulheres tenham o compromisso e o cuidado de manterem um pré-natal diferenciado; assegurando a saúde da mãe e do bebê.
“Como comprovamos no estudo, esta gestação precisa de um cuidado ainda maior. A tecnologia anda junto com a Medicina para chegarmos aos melhores resultados, mas, sem dúvida, o acompanhamento profissional consciente e atento faz toda a diferença neste processo”, informa.
Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), ao menos 15 milhões de crianças em todo o mundo nascem de forma prematura. Para alertar sobre o tema, foi instituído, em 17 de novembro, o Dia Mundial da Prematuridade.