Especialista em Medicina Reprodutiva explica o que acontece com quem treina ou corre demais
Não há evidências científicas de que a infertilidade prevaleça entre atletas. Por outro lado, a disfunção menstrual “também chamada amenorréia“ está associada ao excesso de atividades físicas, diz a ginecologista Silvana Chedid, especialista em Medicina Reprodutiva. Segundo a médica, além do treinamento excessivo, a baixa ingestão de calorias, cálcio e proteínas também contribui para que as atletas não apresentem menstruação regular.
O problema afeta principalmente as atletas que melhoram a performance quando estão mais magras, como corredoras, ciclistas, bailarinas e ginastas. Mulheres com baixo índice de massa corpórea têm níveis alterados de leptina™, que é um hormônio fundamental para a manutenção da fertilidade. Além disso, como a amenorréia é uma das causas da infertilidade, há quem relacione a dificuldade de engravidar com o excesso de atividade física. Mas, nem sempre é assim.
Silvana Chedid diz ser comum atletas descobrirem que estão grávidas no meio da gestação. Aquelas que têm disfunção menstrual e costumam fazer os mais variados tipos de dieta, muitas vezes demoram a procurar ajuda médica e fazer os exames diagnósticos. A boa notícia é que tão logo diminuem o ritmo de atividades e recebem orientação adequada, grande parte volta a menstruar com regularidade.