Tecnologia pode ser aliada para tornar o acesso às telas saudável para as crianças e adolescentes
imagem freepik
O uso excessivo das telas na infância é motivo de preocupação entre as famílias. Dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad) Tecnologia da Informação e Comunicação, divulgada em agosto pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostra que 84,2% das crianças de 10 a 13 anos no país têm acesso à internet.
Durante as férias escolares, sem a obrigatoriedade das aulas e deveres de casa, o acesso ao mundo virtual pode ser ainda maior. Pesquisas indicam que o hábito traz benefícios e malefícios para crianças e adolescentes.
Segundo a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), a conectividade pode auxiliar os pequenos a se desenvolverem melhor na sociedade, já que permite o apoio educacional, social e de lazer.
Entretanto, um estudo feito pela Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) destaca que o uso de telas em excesso pode ser prejudicial. Do total de crianças avaliadas, 72% tiveram o aumento da depressão associado ao uso de telas, apresentando também uma diminuição do quociente de inteligência (QI)
Especialistas orientam pais e responsáveis
Especialistas destacam que a solução é um acesso às telas de forma monitorada, de forma que os pais consigam acompanhar o tempo e o uso que as crianças fazem no ambiente virtual. Esse tipo de medida minimiza os malefícios e reduz os índices de crimes cibernéticos contra crianças e adolescentes.
Segundo a psicóloga clínica, Beatriz Brandão, o uso excessivo das telas durante as férias escolares pode afetar a saúde mental de crianças e adolescentes. A profissional explica que a falta de rotina pode contribuir para comportamentos compulsivos que dificultam a interação familiar, gerando impactos como isolamento social, piora da autoestima devido à comparação com padrões irreais disseminados nas redes e aumento da ansiedade e da irritabilidade.
A psicóloga clínica e neuropsicóloga, Andreza Thans, alerta que a exposição prolongada a telas também pode trazer impactos nas habilidades cognitivas. No período das férias, o uso de celulares e outros dispositivos eletrônicos tende a ser maior e sem atenção dos pais. Dessa forma, os pequenos podem desenvolver falta de concentração e dificuldades para memorizar, além de reduzir o tempo com atividades criativas essenciais para o desenvolvimento cognitivo.
Há, ainda, os perigos digitais. Beatriz explica que na internet as crianças podem estar expostas a cyberbullying, exposição a conteúdos impróprios e grooming (aliciamento on-line). A psicóloga aponta que todos esses fatores podem causar ansiedade, baixa autoestima, medo constante e até traumas psicológicos.
Recomendações
De acordo com Andreza, o tempo de tela ideal pode variar, mas as recomendações gerais podem guiar pais e cuidadores. Para crianças de até 2 anos, a orientação é evitar o uso de telas, pois a interação humana direta é primordial nessa fase
Entre os 3 e 5 anos, a orientação é limitar o uso a uma hora por dia, com foco em conteúdos educacionais, sempre com supervisão. Já as diretrizes para as crianças com 6 anos ou mais, é o uso de, no máximo, duas horas por dia, sendo essencial balancear com atividades físicas e interações sociais.
Na avaliação de Beatriz, o olhar atento de pais e responsáveis é fundamental para identificar se o acesso às telas está prejudicando o bem-estar emocional das crianças. Mudanças de humor, dificuldade de concentração, alteração do sono, queda no desempenho escolar, perda de interesse em atividades off-line e comportamento compulsivo são sinais a serem observados.
Beatriz dá dicas para os pais abordarem o uso consciente da internet com as crianças. A forma mais eficaz, de acordo com a especialista, é utilizar uma linguagem apropriada para a idade, focando em exemplos concretos e práticos. Além disso, é importante enfatizar a relevância da segurança e da confiança, permitindo que as crianças compartilhem dúvidas e experiências.
Tecnologia pode auxiliar monitoramento
Uma das ferramentas que pode auxiliar no monitoramento do uso da internet por crianças e adolescentes é o CodeWall. De acordo com o CEO da Codebit, empresa que desenvolveu a ferramenta, Heitor Cunha, a plataforma permite que os pais gerenciem toda a rede wi-fi da residência, controlando o acesso por meio de celulares, tablets, videogames e outros dispositivos.
“Através do aplicativo, os pais acompanham, monitoram, controlam e limitam o tempo de uso das telas. É possível gerenciar e bloquear aparelhos, identificar quais dispositivos e cômodos da residência estão conectados à internet, além de criar rotinas automatizadas com horários específicos para descanso, refeição, estudo, banho e muito mais.”
Heitor explica que, com a funcionalidade de rotinas e os recursos personalizáveis, os pais podem programar os momentos off-line da família e criar hábitos saudáveis de uso equilibrado das telas.
O CodeWall também conta com palestras, webinars, e-books e conteúdos educativos e informativos, em parceria com pais, educadores e psicólogos, que podem ajudar a conscientizar toda a família.
“É importantíssimo que os pais estabeleçam limites de uso consciente das telas, monitorem o acesso à internet, avaliem o tipo de conteúdo que os filhos estão consumindo, verifiquem com quais pessoas eles têm contato on-line, orientem sobre o compartilhamento de fotos e de informações pessoais, estabeleçam combinados, mantenham o diálogo em família e, principalmente, que construam uma relação de cuidado e confiança com as crianças e adolescentes”, reforça o CEO da CodeBit
Fonte: CEO da Codebit – Heitor Cunha