Reforçar a higiene de ambientes e superfícies da residência ou dos imóveis de temporada e supervisionar o acesso das crianças a produtos químicos são algumas das ações para evitar acidentes, durante as férias.
Julho é mês de férias escolares e, nessa época, muitas famílias aproveitam para viajar ou mesmo para passar o tempo juntos em casa. Nas duas situações, é importante reforçar o cuidado com a higienização de superfícies e ambientes, além de controlar o acesso de crianças a produtos de limpeza. “Como é um período em que as crianças permanecem mais em casa, é importante reforçar a higiene do local, seja a primeira residência ou um imóvel de veraneio, para evitar possíveis contaminações, e supervisionar o acesso delas a produtos químicos”, afirma Paulo Engler, diretor-executivo da ABIPLA – Associação Brasileira das Indústrias de Produtos de Higiene, Limpeza e Saneantes de Uso Doméstico e de Uso Profissional.
Segundo ele, apesar de os produtos de limpeza regulamentados pela ANVISA – Agência Nacional de Vigilância Sanitária serem seguros, quando utilizados de acordo com as instruções contidas nos rótulos, a manipulação inadequada de saneantes pode ocasionar acidentes. “Os produtos de limpeza não representam perigo, mas, como são produtos químicos, é possível que acidentes ocorram, especialmente, com crianças pequenas, que podem vir a ingerir um saneante ou borrifar soluções nos olhos, por exemplo”, diz Engler, lembrando que, em caso de acidentes, os rótulos dos produtos regulamentados contêm informações sobre primeiros cuidados e o contato do fabricante.
Para o diretor da ABIPLA, é necessário, ainda, que os adultos manipulem os produtos de forma adequada, sem recorrer a misturas caseiras de limpeza, obedecendo aos padrões de diluição estipulados pelos fabricantes e descritos nos rótulos de cada produto. “No início da pandemia, houve um aumento de 23,3% nos casos de intoxicação de adultos por produtos de limpeza. Isso possui uma relação clara com a manipulação errada de saneantes. Tanto que, na época, a ANVISA divulgou uma Nota Técnica (nº 11/2020) em que recomendava ler o rótulo e não misturar produtos químicos”, diz.
Segundo a Agência, no que se refere às crianças, entre janeiro e abril de 2020, houve um aumento de pouco mais de 6% no número de intoxicados, por produtos químicos, o equivalente a 400 casos a mais, dados que se repetiam nos anos de 2018 e 2019, demonstrando que a vulnerabilidade das crianças, a este tipo de ocorrência, é mais comum, independente da pandemia e do uso mais ou menos frequente de saneantes em ambientes.
Combate à desinformação – fuja das misturas caseiras
A ABIPLA e o CFQ – Conselho Federal de Química vêm atuando em parceria para combater a desinformação no setor de saneantes e as misturas de produtos de limpeza/químicos. A iniciativa pretende conscientizar a população sobre os riscos do uso de misturas caseiras e de produtos clandestinos (que não possuem registro na ANVISA). “Nosso objetivo é educacional e de saúde pública”, explica Engler, alertando que os produtos de limpeza caseiros podem desencadear reações químicas, como explosões, ou produzir substâncias tóxicas capazes de comprometer a saúde das pessoas, além de danificar as superfícies onde são aplicados.
“Isso sem considerar que, na maioria das vezes, esses produtos caseiros nem mesmo são eficazes na limpeza dos ambientes, tampouco geram economia, uma vez que a pessoa compra os produtos misturados”, adverte o diretor-executivo da ABIPLA.
Vale ressaltar que a manipulação de produtos químicos é uma atividade regulamentada e de competência exclusiva dos profissionais da área, observando-se que o conceito de produto químico é amplo, incluindo itens de fácil acesso à população, como vinagre, água sanitária e álcool para limpeza, por exemplo.
Fonte: Paulo Engler, diretor-executivo da ABIPLA – Associação Brasileira das Indústrias de Produtos de Higiene, Limpeza e Saneantes de Uso Doméstico e de Uso Profissional.