Um novo tipo de família está surgindo e as leis estão se adequando à nova realidade.
Maria Tereza chegou ao mundo em julho de 2011 sob os olhares admirados de seus dois pais, Mailton Albuquerque e Wilson Albuquerque. Os pais da criança são homossexuais, casados e que conseguiram algo que até então inédito no Brasil. A Justiça concedeu a eles o direito de registrar um filho gerado por meio de fertilização in vitro.
Foi o primeiro casal de homens no país a ter filho por meio de fertilização in vitro e registrado pela Justiça. A relação duradoura do casal foi levada em conta pela Justiça. Eles se conheceram há 15 anos quando tiveram Maria Tereza.
Para gerar a criança, os espermatozoides dos pais foram recolhidos. A prima de um deles foi escolhida para ser a “barriga de aliguel”. Um pré-embrião fecundado com material colhido de Mailton foi introduzido no útero da mulher.
A ausência da figura maternal é comentada pelos pais. Segundo Mailton, muitas crianças infelizmente não têm o carinho que mereceria das mães. No caso de Maria Tereza, ela não terá uma mãe (a mulher que gerou não foi registrada como mãe), entretanto, terá pais que amarão imensamente, dando todo conforto possível.
“Foi a melhor coisa que aconteceu nas nossas vidas. Nossos familiares nos apoiaram. Ela terá o todo o carinho possível”, destaca.
Mailton e Wilson fizeram o sonho de ter um filho se tornar realidade após o Supremo Tribunal Federal (STF) autorizar a união civil de casais homossexuais. A alegria aumentou quando souberam que o Conselho Federal de Medicina complementou a lei de reprodução assistida, que era de 1992. Em janeiro de 2011, o Conselho de Medicina passou a permitir que a reprodução in vitro pudesse ser feita por casais do mesmo sexo.
Depois do nascimento de Maria Tereza, o casal pretende ter uma nova criança, desta vez com os espermatozoides de Wilson.