Uma gestação na qual o óvulo fertilizado se implanta no útero mas o embrião não se desenvolve e a gestante só descobre após algumas semanas.
A gestação anembrionária, também chamada de ‘ovo cego’, como o próprio nome diz, é uma gravidez sem embrião. Isso acontece quando o óvulo fertilizado se implanta no útero, porém o embrião não se desenvolve. Normalmente, o problema é diagnosticado através do exame de ultrassonografia feito no primeiro semestre da gestação, quando o médico visualiza o saco gestacional vazio.
A princípio, o problema não é genético, isto é, pode acontecer com qualquer mulher, e a maioria delas tem gestações normais futuramente.
Segundo o Dr. João Henrique Araujo Fernandes, ginecologista do Hospital Ana Costa, a patologia se enquadra dentro dos casos de aborto. A chance de uma mulher abortar logo no início da gravidez é bastante alta, variando de 15% a 40%. “Em se tratando apenas dos casos de ovo cego, não existe uma causa definida, não sendo portanto genético, diferentemente das outras entidades do aborto em que existem causas genéticas, imunológicas, infecciosas, anatômicas e hormonais”.
O especialista explica que a mulher pode ter alguns sintomas que indiquem o problema. “A mãe pode apresentar sinais como diminuição dos sintomas gravídicos, como náuseas, vômitos e diminuição da turgescência das mamas, e algum sangramento genital pode ocorrer antes do diagnostico ultrassonográfico”, diz o Dr. Fernandes.
Em 80% dos casos de ovo cego a paciente entra espontaneamente em trabalho de abortamento em até três semanas. Entretanto, a conduta nesses casos de ovo cego vai depender muito do estado emocional materno. “Esse período é infinitamente grande e angustiante para a mulher, e muitas vezes, usamos tratamento medicamentoso para fazer com que ocorra a eliminação do material uterino e, em alguns casos é necessária a realização de uma curetagem uterina”.
A recomendação para uma paciente que teve um ovo cego é que ela espere três meses para tentar uma nova gestação.