Grávida, Dani Calabresa Relata Tranquilidade durante Fertilização In Vitro

Atriz e comediante, Dani Calabresa falou em entrevista que sentia, desde a primeira semana da fertilização in vitro (FIV), que tudo tinha dado certo.

Em entrevista recente à revista Glamour, a atriz e comediante Dani Calabresa falou abertamente sobre sua gravidez e fez elogios ao marido Richard Neuman durante o processo fertilização in vitro, procedimento que faz para conseguir engravidar aos 43 anos de idade. “Vivi um processo tranquilo porque o Richard é muito amoroso e parceiro. Ele me deu todas as injeções, foi comigo em todas as consultas e exames. Esse nosso laço é tão importante, e me faz tão feliz, que passar pela expectativa da FIV com ele, tornou tudo mais leve”, disse a atriz. “A Fertilização in Vitro (FIV) consiste na fecundação dos óvulos com os espermatozoides em laboratório, formando embriões que, após certo tempo de desenvolvimento, são transferidos para o útero da mulher para gerar a gravidez”, explica o especialista em Reprodução Humana Dr. Fernando Prado, Membro da Sociedade Americana de Medicina Reprodutiva (ASRM) e diretor clínico da Neo Vita. Nos casos de FIV, a mulher precisa tomar determinadas medicações hormonais. “Os medicamentos hormonais servem para estimular o crescimento e recrutamento dos folículos existentes naquele ciclo menstrual no ovário. Com isso, há mais folículos crescendo e, na aspiração, maior número de óvulos coletados. O controle dessa estimulação é realizado por meio de ultrassonografia e também por exames de sangue, que colaboram na identificação do momento correto de fazer a coleta dos óvulos”, explica o Dr. Rodrigo Rosa, especialista em Reprodução Humana e diretor clínico da clínica Mater Prime, em São Paulo.

Os médicos explicam que muitos casos de infertilidade podem ser resolvidos com a Fertilização In Vitro (FIV), que também pode ser indicada em várias situações, incluindo gravidez tardia ou casos em que há um congelamento prévio de óvulos. “A Fertilização in Vitro, apesar de possuir altas taxas de sucesso, não é infalível e pode não resultar em gravidez, o que pode ser realmente decepcionante para o casal tentante. Porém, falhas na FIV não querem dizer que o procedimento não pode ser realizado novamente. Há casais que conseguem engravidar na terceira tentativa. Outros na primeira. Há fatores maternos, paternos e embrionários que influenciam”, diz o Dr. Fernando. “A mulher tentante nesse momento precisa de muita coisa, mas principalmente de acolhimento. Precisa de um ombro amigo, um parceiro de tratamento que seja compreensível e solidário nesta jornada. A clínica e o médico especialista em Reprodução Assistida também precisam estar juntos ao casal. Acolher e cuidar são quase mantras hoje em dia e realmente fazem toda diferença”, diz o Dr. Fernando.

Quanto à duração da FIV, a primeira fase é a de estímulo ovariano, coleta de óvulos e coleta de sêmen, com a união de ambos os gametas no laboratório e o desenvolvimento desses embriões. “Esse estágio dura entre 13 e 14 dias e os embriões se desenvolvem de três a cinco dias no laboratório. A transferência do embrião pode ser feita no mesmo ciclo menstrual, o que ocorre em 10% dos casos apenas, ou um ciclo menstrual seguinte. Nesses casos, os embriões são congelados, a mulher menstrua de novo, e a transferência de embrião é realizada de 17 a 20 dias após a menstruação. O tratamento como um todo demoraria entra 45 a 50 dias”, diz o Dr. Rodrigo.

Em geral, a mulher não precisará de grandes mudanças na rotina durante o tratamento de FIV, no entanto, os especialistas recomendam que não sejam realizadas atividades de impacto, como corrida ou musculação, que podem provocar o aumento dos ovários e prejudicar o tratamento. “No período também é recomendado que a mulher não cometa excessos, como consumo de álcool, tabaco ou medicações sem informar o médico especializado em reprodução humana. Mesmo o excesso de trabalho e ansiedade podem ser danosos neste momento, sendo importante evitá-los”, enfatiza o Dr. Rodrigo.

Com relação à dieta, em geral, o tratamento não exige grandes restrições, mas é recomendado seguir uma alimentação saudável e evitar ultraprocessados, segundo o médico. “Uma indicação é consumir entre 60 a 70 g de proteína diariamente; esse nutriente pode ser encontrado em carnes magras, peixes, favas, ovos e lentilhas. Comer alimentos ricos em cálcio também pode ajudar; eles estão em alimentos como iogurte, amêndoas, queijo e legumes como couve ou espinafre. O folato, vitamina B9 presente em alimentos verde escuros, também é importante; coma legumes, frutas, favas, ervilhas, lentilhas, castanhas e cereais. Pode ser sugerida a suplementação com a forma ativa dessa substância, que é o metilfolato. Além disso, a mulher deve ingerir uma quantidade adequada de água diariamente visando manter-se hidratada e nutrida”, conta o Dr. Rodrigo. “O estilo de vida é tão ou mais importante do que os hormônios, o laboratório de FIV ou o médico que está conduzindo o tratamento. A fertilidade é uma soma de tudo o que a pessoa acumulou na vida até aqui. Saúde mental, bons relacionamentos sociais e corpo equilibrado são a chave para taxas de gestação mais altas. O tempo para atingir a gravidez será mais curto, menos tratamentos serão necessários e os riscos também serão menores”, explica o Dr. Fernando Prado.

Quanto a efeitos colaterais, a medicação ingerida durante o tratamento pode provocar inchaço e retenção de líquido, que somem logo após a menstruação e coleta de óvulos. “Ocorrências mais intensas como dor de cabeça, desconforto abdominal e mudanças de apetite ou humor estão associadas a casos de estimulação exagerada dos folículos, sendo importante comunicar o médico se ocorrerem. Os efeitos colaterais graves como trombose, sangramentos e infecções são raros, mas podem acontecer, o que exige um monitoramento contínuo do médico responsável”, diz o Dr. Rodrigo. “O mais importante é a busca de ajuda especializada para recomendação do tratamento ideal para cada caso”, finaliza o Dr. Fernando.

Fonte:

*DR. FERNANDO PRADO: Médico ginecologista, obstetra e especialista em Reprodução Humana. É diretor clínico da Neo Vita e coordenador médico da Embriológica. Doutor pela Universidade Federal de São Paulo e pelo Imperial College London, de Londres – Reino Unido. Possui graduação em Medicina pela Universidade Federal de São Paulo, Membro da Sociedade Americana de Medicina Reprodutiva (ASRM) e da Sociedade Europeia de Reprodução Humana (ESHRE). Instagram: @neovita.br

*DR. RODRIGO ROSA: Ginecologista obstetra especialista em Reprodução Humana e sócio-fundador e diretor clínico da clínica Mater Prime, em São Paulo, e do Mater Lab, laboratório de Reprodução Humana. Membro da Associação Brasileira de Reprodução Assistida (SBRA) e da Sociedade Brasileira de Reprodução Humana (SBRH), o médico é graduado pela Escola Paulista de Medicina – Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP/EPM). Especialista em reprodução humana, o médico é colaborador do livro “Atlas de Reprodução Humana” da Sociedade Brasileira de Reprodução Humana. Instagram: @dr.rodrigorosa

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