Novo estudo traz esperança a quem vive este drama, com números atualizados de mulheres que engravidaram após tratamento da doença
Uma revisão sistemática e meta-análise realizada por pesquisadores, liderados pelo médico oncologista Matteo Lambertini, da Universidade de Genova, na Itália, confirmou que pacientes que sobreviveram ao câncer de mama podem ter uma gravidez segura e bem-sucedida.
O trabalho foi publicado na edição de outubro do periódico científico Journal of Clinical Oncology.
O estudo tem sido muito bem recebido por especialistas e pacientes no mundo todo, pois trata de uma preocupação que sempre vem à tona ao longo de um tratamento de câncer de mama em pacientes em idade reprodutiva.
Para o estudo, foram reunidas publicações até outubro de 2020, somando 39 estudos e 8.093.401 pacientes oncológicas, que preencheram os critérios de inclusão. Destas, 112.840 tinham câncer de mama. Após o diagnóstico, 7.505 delas engravidaram.
Entre as sobreviventes de câncer de mama, os pesquisadores não notaram diferença para defeitos congênitos, aborto espontâneo, pré-eclâmpsia ou sangramento pós-parto, entre outros itens observados.
No entanto, o câncer de mama parece estar associado a risco aumentado de baixo peso ao nascer, nascimento prematuro, bebês pequenos para a idade gestacional e maiores índices de cesáreas.
Segundo o Dr. Thomaz Gollop, Professor Colaborador de Ginecologia da Faculdade de Medicina de Jundiaí, os dados indicam que é possível ter uma gravidez bem-sucedida após um tratamento de câncer de mama.
“Mulheres mais jovens com diagnóstico de câncer de mama devem receber aconselhamento e, se houver interesse, discutir com seus médicos métodos de preservação de fertilidade”, conclui.