16 de maio é o Dia Mundial de Conscientização sobre a Doença Celíaca. Quando a dieta está descontrolada ou a doença ainda não foi diagnosticada, a alergia ao glúten pode realmente interferir na fertilidade
Em 16 de maio é comemorado o Dia Mundial de Conscientização sobre a Doença Celíaca. Os portadores da doença celíaca sabem que não devem ingerir nenhum alimento que contenha glúten, pois sua ingestão causa danos à parede do intestino delgado e gera problemas como diarreia, prisão de ventre, irritabilidade, flatulência e inchaço. Porém, em alguns casos, a doença pode resultar também em problemas de fertilidade. “Alguns estudos mostraram uma relação da doença celíaca com alterações importantes principalmente com relação à redução do período reprodutivo, associados inclusive com menopausa precoce. Distúrbios menstruais, como amenorreia ou ausência de menstruação, também já foram notados. No caso de homens com doença celíaca, eles podem ter disfunção gonadal (mal funcionamento dos testículos) o que poderia levar a problemas de fertilidade”, explica o Dr. Fernando Prado, especialista em Reprodução Humana, Membro da Sociedade Americana de Medicina Reprodutiva (ASRM) e diretor clínico da Neo Vita.
Alguns pesquisadores da área até colocam a doença celíaca como uma das causas de infertilidade não explicada. “Mas quando a doença está controlada, ela não é considerada impactante para afetar a fertilidade. Porém, quando o paciente tem a doença ativa não controlada ou a doença ativa não diagnosticada, é que ela se relaciona com a infertilidade”, diz o médico.
Uma das hipóteses para esta influência negativa, é que quando a dieta não está bem formulada, ocorre a má absorção dos nutrientes. Outra é a própria característica inflamatória da doença. “A doença celíaca provoca má absorção de nutrientes que são extremamente importantes para o sistema reprodutivo, dentre eles o ferro, o ácido fólico, a vitamina K, B12, B6 e outras vitaminas lipossolúveis, que poderiam ser também responsáveis por malformações congênitas”, explica o médico. “Mas não é apenas a desnutrição e a deficiência nutricional que estão envolvidas. Os anticorpos presentes no organismo, por conta da doença celíaca, afetam a função placentária e a função imunológica, como também a capacidade de invasão e adesão no útero. Tudo isso está relacionado à ocorrência de maior taxa de abortamento e a restrição de crescimento do feto. Ou seja, se não há adequada invasão no útero, do produto da concepção, pode ocorrer um aborto”, diz o especialista.
Segundo o médico, o melhor a fazer é ter um controle rígido da dieta. “A orientação é excluir do cardápio produtos industrializados com a presença de farinhas que contenham glúten, que pode ser encontrado em pães, bolos, macarrão, bolachas, pizzas, cervejas e outras bebidas”, diz o médico. Por conta da exclusão total de alguns alimentos ricos em carboidratos e fibras, esta dieta é composta em sua maior parte de gorduras (margarina, manteigas, óleos etc), proteínas (carne em geral) e, em menor parte, de carboidratos (massas sem glúten, açúcares etc). E, no caso de problemas de fertilidade mesmo com a adoção de uma dieta rigorosa, é fundamental buscar ajuda especializada para detectar as possíveis causas e o tratamento mais indicado”, finaliza o Dr. Fernando.
Fonte: Dr. Fernando Prado – Médico ginecologista, obstetra e especialista em Reprodução Humana. É diretor clínico da Neo Vita e coordenador médico da Embriológica. Doutor pela Universidade Federal de São Paulo e pelo Imperial College London, de Londres – Reino Unido. Possui graduação em Medicina pela Universidade Federal de São Paulo, Membro da Sociedade Americana de Medicina Reprodutiva (ASRM) e da Sociedade Europeia de Reprodução Humana (ESHRE). Whatsapp Neo Vita: 11 5052-1000 / Instagram: @neovita.br / Youtube: Neo Vita – Reprodução Humana.