Coerência e diálogo são ótimas ferramentas para os pais utilizarem na educação dos filhos.
Impossível não existir interferência na educação que os pais colocam dentro de casa. Isso só aconteceria se os filhos fossem criados em uma redoma e nunca saíssem de lá. As “más” influências podem vir dos avós, tios, coleguinhas de escola ou babás.
A vovó deixa o netinho comer doce antes do almoço, o titio adora fazer da cama de dormir uma “cama elástica”, a babá se deixa vencer pelo cansaço quando a criança faz birra e estende o horário do videogame. E o amiguinho da escola fala pelo menos um palavrão em suas conversas. É lógico que sair um pouco da rotina é válido. Mas tudo em excesso pode não ser bom.
Aprenda como driblar quando os pequenos questionam que só os seus pais “chatos” não os deixam fazer o que fazem com outras pessoas. Para isso, os pais devem sempre manter as regras que impõem, sendo sempre coerentes com o que dizem e fazem. Se um dia deixam e no outro não, as crianças ficam confusas e não sabem o que fazer. Os pais devem ser claros com as crianças e explicar que na casa dos avós, dos tios e dos amigos é diferente do que em casa.
“As crianças conseguem diferenciar contextos e aprendem que podem se comportar de formas diferentes com avós, babá ou amigos desde cedo” diz a psicoterapeuta Maria Tereza Maldonado.
O mundo não é igualzinho; cada um pensa e age de um jeito. Os pais não podem querer que todas as pessoas façam com os seus filhos o que acham certo. Deve haver flexibilidade dos pais, ensinando aos filhos que na casa dos avós, tios ou colegas pode fazer e em casa não.
Lembrando que a responsabilidade da educação é sempre dos pais. É importante que fique claro à babá o que fazer quando ela estiver sozinha com a criança, assim como dizer ao seu filho que na sua ausência a babá é a autoridade. Se mesmo assim a babá não consegue seguir suas orientações ou tem atitudes divergentes, é bom pensar em substituí-la.
Quando os pais mostram para os filhos que discordam de certas atitudes e insistem no modelo correto, as crianças vão levar para todos os lugares as convicções dos pais, mesmo que quebrem esporadicamente algumas regras em outros lugares. Dica: não tenha medo de dizer “não” ao filho quando preciso, mesmo que ela chore ou faça birra.
Se as crianças trazem argumentos fortes para quebrar as regras de casa, os pais devem refletir se essas regras ainda são válidas. Em alguns casos, os pais exageram na proteção. Uma boa conversa com a criança ajuda a mudar um pouco as regras que nem sempre são imutáveis.