Entenda os impactos emocionais e a importância do suporte psicológico para gestantes
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O caso da cantora trouxe à tona muitas dúvidas e ressaltou a necessidade de apoio para as grávidas em momentos de crise emocional. A psicóloga Rafaela Schiavo, especialista em psicologia perinatal, detalha os desafios envolvidos
Em uma publicação recente nas redes sociais, a cantora Iza confirmou o fim de seu relacionamento com o jogador de futebol Yuri Lima. A separação ocorre em um momento delicado: Iza está grávida de seis meses, esperando sua primeira filha, Nala. O anúncio trouxe à tona a importância do suporte psicológico para mulheres que enfrentam crises emocionais durante a gestação.
Os impactos emocionais do divórcio durante a gravidez
A gravidez é um período marcado por intensas mudanças físicas e emocionais. Quando uma separação ocorre nesse contexto, os efeitos podem ser ainda mais devastadores. “A separação é sempre um momento difícil, mas, durante a gravidez, pode desencadear ou agravar problemas como ansiedade e depressão”, explica Rafaela Schiavo, psicóloga perinatal e fundadora do Instituto MaterOnline (@materonline no Instagram).
As mudanças hormonais, como o aumento da progesterona, já tornam as gestantes mais sensíveis e vulneráveis. Quando associadas a um divórcio, essas alterações podem intensificar sentimentos de estresse e insegurança. “O corpo libera mais cortisol, o hormônio do estresse, que aumenta a tensão e pode prejudicar a saúde tanto da mãe quanto do bebê”, alerta.
A importância do suporte psicológico especializado
A psicologia perinatal é fundamental para ajudar gestantes a enfrentarem momentos de crise. Essa especialidade trabalha para prevenir e tratar problemas emocionais comuns durante a gestação e o puerpério, como depressão e ansiedade. “Sem suporte adequado, os riscos de complicações aumentam significativamente, afetando o desenvolvimento saudável do bebê”, diz Schiavo.
No Brasil, apesar da nova Lei 14.721 garantir assistência psicológica pelo SUS, ainda há carência de profissionais especializados. Menos de 1% dos psicólogos no país possuem formação em psicologia perinatal, o que limita o acesso ao suporte necessário. “Precisamos aumentar urgentemente o número de psicólogos perinatais para atender à demanda das gestantes e puérperas”, conclui a especialista.
Para enfrentar os desafios emocionais de uma separação durante a gravidez, é essencial que a gestante conte com uma rede de apoio. Família, amigos e profissionais de saúde devem estar presentes para oferecer suporte, segundo Rafaela Schiavo. “É importante cercar-se de pessoas positivas e não hesitar em pedir ajuda quando necessário”.
Para mais informações sobre como acessar esses serviços pelo SUS, converse com seu obstetra sobre indicações de psicólogos perinatais.
Fonte: Profª-Dra. Rafaela de Almeida Schiavo é psicóloga perinatal e fundadora do Instituto MaterOnline. Desde sua formação inicial, dedica-se à saúde mental materna, sendo autora de centenas de trabalhos científicos com o objetivo de reduzir as elevadas taxas de alterações emocionais maternas no Brasil.