Conheça as técnicas mais utilizadas na reprodução assistida
Taxas de sucesso e custo estão ligadas à complexidade de cada procedimento, mas são várias opções para os casais tentantes.
Este é o mês em que se destaca a conscientização sobre a infertilidade. A questão que impacta casais no mundo todo, física e emocionalmente, já avançou muito nos últimos anos em direção às soluções do problema. Desde as técnicas mais simples até as mais complexas, atualmente são várias opções para os casais que pretendem ter filhos e enfrentam alguma dificuldade no processo.
A reprodução assistida é um conjunto de técnicas utilizadas pela medicina para auxiliar os pacientes a terem filhos. Ela funciona pela manipulação de, pelo menos, um dos gametas (espermatozoides e/ou óvulos) e dos meios de fecundação, preparando as condições ideais para que o processo ocorra da maneira planejada.
“Existem dois grandes grupos de acordo com sua complexidade, o que reflete nos custos e na taxa de sucesso. Os de baixa complexidade, que são mais baratos e tem menos sucesso e os que exigem uma complexidade maior de acordo com as limitações de cada caso”, explica o ginecologista especialista em reprodução humana, Rodrigo Mirisola.
No grupo de baixa complexidade são duas técnicas: a relação programada e a inseminação artificial (ou intrauterina — IIU). A primeira delas é a mais simples, consiste em um tratamento hormonal para estimular o desenvolvimento do(s) folículo(s), que contêm um óvulo cada em seu interior. Quando ele atinge o tamanho ideal, a mulher utiliza outro hormônio para induzir a liberação do óvulo (ovulação) e o casal tem as 36h seguintes para terem relações sexuais.
“A vantagem dessa técnica é o baixo custo, entretanto ela é adequada para casos nos quais as trompas da mulher sejam saudáveis e que não haja nenhuma alteração no sêmen. A desvantagem é que alguns casais se sentem pouco confortáveis com o fato de programar uma relação, além de ser o tratamento com as taxas de sucesso mais baixas”, explica o médico.
Já a IIU se utiliza da mesma estimulação hormonal, entretanto, há uma separação dos espermatozoides mais ativos e aptos a fertilizar o óvulo. Tendo a quantidade desejável de gametas masculinos, o médico, então, deposita-os na cavidade uterina para que ocorra a fecundação in vivo nas trompas uterinas. Esse método tem cerca de 15% de sucesso.
“É uma técnica indicada para quem tenha alguma alteração do sêmen, mas não muito severa, de leve a moderada. Assim como as trompas da mulher também devem ser saudáveis, porque a fertilização acontece nesse local de forma natural”, diz Mirisola.
Alta complexidade
A fertilização in vitro (FIV) é o terceiro passo nessa jornada de tentativas. Para isso existem duas técnicas. “Uma delas é a que chamamos de clássica, em que os óvulos são deixados numa incubadora e deixamos um único espermatozoide entrar no óvulo, ou uma inseminação ‘forçada’, chamada de ICSI (Injeção Intracitoplasmática de espermatozoides) na qual selecionamos um espermatozoide e com uma agulha o inserimos dentro do óvulo”, explica o médico.
A segunda técnica foi desenvolvida para casos de fator masculino, mas casos graves em que a concentração e a qualidade dos espermatozoides são baixas. Como é uma técnica bastante consagrada, muitos laboratórios fazem dessa opção a primeira escolha.
As taxas de sucesso variam bastante nessa técnica porque dependem de várias condições, podendo atingir até 60%. Mas a idade da mulher avançada combinada com a baixa quantidade de produção de óvulos diminui muito as chances. “Uma mulher de 43 anos ou mais tem taxa de sucesso na FIV por volta de 5%”, segundo Mirisola.
Doação e congelamento de óvulos
Em termos de grupos de tratamento, esses são os mais comuns e principais. Mas ainda assim, se o casal não obteve sucesso há novos caminhos que podem ser seguidos e até ações prévias que contribuem bastante para o sucesso.
“Se os óvulos da mulher e o sêmen do homem não atingem os níveis ideais para esses tratamentos, ainda existe a possibilidade de receber doação de ambos (óvulos e sêmen) e utilizar algumas dessas técnicas. Ainda há a possibilidade inclusive de ter uma barriga de aluguel”, conta o ginecologista.
E no caso em que a mulher tem óvulos saudáveis, mas ainda não tem certeza sobre o momento de engravidar, ela também pode utilizar a técnica de congelamento de óvulos e posteriormente adotar um desses tratamentos. Hoje é possível fazer uma reserva dos óvulos enquanto ainda estão saudáveis para serem fertilizados quando for tomada a decisão. Esse processo se chama congelamento de óvulos ou criopreservação, e pode ser realizado por qualquer uma, preferencialmente antes dos 40 anos.
“Quanto mais cedo a mulher fizer essa opção, maior a taxa de sucesso da fertilização desses óvulos congelados. Com o passar da idade os óvulos vão perdendo a qualidade além de sofrerem uma queda progressiva da sua quantidade. O ideal para o congelamento é aproveitar uma faixa de idade até 35 anos”, finaliza.
Fonte : A Ferring é um grupo biofarmacêutico especializado, líder em medicina reprodutiva e saúde materna, gastroenterologia e urologia.