Leite Materno Fraco?

Especialista em fisioterapia no pós-parto e aleitamento humano, desmistifica a ideia de que o leite materno pode ser insuficiente e destaca a importância do apoio profissional na jornada da amamentação

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Durante o período de amamentação, muitas mães enfrentam dúvidas e cobranças – internas e externas – sobre a quantidade e qualidade do leite que produzem. Um dos mitos mais antigos e persistentes é o do “leite fraco”, que sugere que o leite materno pode ser insuficiente para nutrir o bebê. A fisioterapeuta especialista em pós-parto e aleitamento humano, Dra. Alessandra Paula, alerta: “Essa ideia, além de incorreta, pode abalar profundamente a confiança da mãe em sua própria capacidade de alimentar o filho.” 

O leite materno é reconhecido mundialmente como o alimento padrão-ouro para os bebês. Ele é vivo, dinâmico e se adapta às necessidades do bebê em cada fase do seu desenvolvimento. Contém nutrientes, anticorpos, enzimas e hormônios que ajudam na imunidade, no crescimento e até na proteção contra doenças crônicas.

“Não existe leite fraco. Existe leite adequado ao seu bebê. O corpo da mulher é biologicamente preparado para oferecer exatamente o que o filho precisa”, reforça a especialista. 

A origem da ideia de “leite fraco” está muitas vezes na dificuldade de mensurar o que não se vê. Ao contrário da mamadeira, a amamentação não permite medir a quantidade exata ingerida. Bebês que choram com frequência, perda de peso inicial (fisiológica nos primeiros dias de vida), ou comentários desinformados de terceiros podem gerar a falsa sensação de insuficiência. 

“Outro ponto importante é que nem todo choro significa fome. Choro é a forma de comunicação do bebê e pode indicar sono, desconforto, necessidade de colo…”, explica a Dra. Alessandra. 

A baixa produção de leite pode acontecer, especialmente em mulheres com fatores de risco como diabetes gestacional, hipotireoidismo ou cirurgias mamárias prévias. No entanto, isso não tem relação com a qualidade do leite – apenas com a quantidade. E mais importante: na maioria dos casos, é possível reverter esse quadro com orientação e estímulo corretos. 

O estresse, o cansaço extremo, a pega incorreta e a falta de apoio adequado são algumas das causas mais comuns da baixa produção. A boa notícia? Com suporte especializado, o aleitamento pode fluir melhor.

“Mesmo que seja necessário complementar com fórmula, vale lembrar: cada gota de leite materno conta. Amamentação mista é válida e cheia de benefícios. Não existe ‘tudo ou nada’ quando falamos de maternidade real”, tranquiliza a fisioterapeuta. 

Mais do que qualquer técnica, o que muitas mães precisam é acolhimento. O suporte de profissionais capacitados e uma rede de apoio segura ajudam a reduzir a ansiedade, melhorar a produção e tornar o processo de amamentação mais leve. 

“Antes de duvidar da força do seu corpo, busque informação e ajuda. O leite que você produz tem o que seu bebê precisa – e você tem tudo para dar certo”, finaliza a Dra. Alessandra.

Fonte: Alessandra Paula Santos FisioterapeutaCREFITO 392075-F – Fisioterapeuta formada pela Universidade de Santo Amaro – Especialista em Amamentação pelo Hospital Albert Einstein – Especialista em aleitamento humano e seus obstáculos pela escola Bianca Balassiano Cursos extras em aleitamento materno nível avançado: Cirurgias mamárias, Hiperlactação, Desmame, Uso de Fitoterápicos, Síndrome de Down, Fissura Palatina. Pelo Instituto Mame Bem.

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