Sintomas podem indicar a ocorrência de anomalias vasculares, doença que acomete 0,5% dos nascidos vivos no Brasil
Equipe multidisciplinar é fundamental para evitar o comprometimento da alimentação, audição, visão, respiração e até mesmo a fala dos pacientes.
Anomalias vasculares descrevem anormalidades ou distúrbios do sistema vascular. Ocorrem antes ou após o nascimento, durante o desenvolvimento das artérias, veias e/ou vasos linfáticos, podendo ser herdadas ou esporádicas. Elas são classificadas como malformação ou tumor e podem ser consideradas como um conjunto de doenças de alta prevalência em 0,5% dos nascidos vivos, aumentando em crianças prematuras e sendo três vezes mais frequente em meninas.
Os hemangiomas infantis – tumor vascular benigno comum – são as anomalias vasculares mais frequentemente encontrada em idade pediátrica. As lesões superficiais são de aparência vermelho-brilhante, mas também se apresentam em tons azulados, podendo sangrar ou ulcerar por pequenos traumas. Os tumores têm evolução favorável, podendo regredir completamente, no entanto, em alguns casos a criança precisará de tratamento cirúrgico, com lasers ou medicamentoso para o desaparecimento.
Nos casos em que não desaparecem sozinhas, as anomalias podem comprometer atividades crucias das crianças, pois à medida que a criança cresce, a malformação também aumenta e pode ocasionar problemas que vão além da estética. “Dentre os impactos, estão interferências na fala, alimentação, audição, visão e respiração, que podem prejudicar o dia a dia e a qualidade de vida dos pacientes”, explica o cirurgião plástico Dov Charles Goldenberg, membro do Centro Multidisciplinar para o Tratamento de Anomalias Vasculares Craniofaciais do Centro de Medicina Intervencionista do Einstein.
Como ressalta o neurorradiologista intervencionista Dr. Francisco Ramos Jr, “o primeiro passo, quando os pais percebem uma anomalia vascular, é buscar o diagnóstico preciso”. Apesar de muitas vezes se manifestarem por meio de lesões na pele, os sintomas das malformações craniofaciais variam muito, dependendo do tipo de anormalidade craniofacial. E é em função dessa variação e da complexidade da doença, além da escassez de profissionais especializados no assunto, que, segundo o médico, realizar um diagnóstico adequado é um desafio em muitos hospitais e clínicas pelo Brasil.
“No Einstein, temos todo o suporte de uma equipe assistencial composta por radiologistas intervencionistas, cirurgiões plásticos, vasculares e gerais, otorrinolaringologistas, dermatologistas, hematologistas e oncologistas, e pediatras. O formato multidisciplinar presente em um hospital geral afeito à alta complexidade proporciona assertividade no diagnóstico e a definição dos tratamentos mais adequados”, destaca o Dr. Rodrigo Gobbo, Diretor Médico do Centro de Medicina Intervencionista do Einstein.
Quando operar
As indicações de abordagem cirúrgica para anomalias craniofaciais ocorrem em diferentes contextos: quando da presença de deformidade relacionada ao crescimento em áreas faciais funcionais, ou seja, em quadros nos quais essas causam comprometimento funcional devido à obstrução visual, comprometimento das vias aéreas ou problemas de alimentação. Nesses casos, a ressecção total ou parcial precoce é obrigatória.
Complicações locais após tratamento farmacológico, como sangramentos, infecções ou ulceração, também podem necessitar que o caso vire cirúrgico. O procedimento intervencionista é necessário, ainda, para tratar deformidades e minimizar cicatrizes que surgem em alguns casos devido a ressecções realizadas para resolver um problema emergencial.
Fonte:
Cirurgião plástico Dov Charles Goldenberg, membro do Centro Multidisciplinar para o Tratamento de Anomalias Vasculares Craniofaciais do Centro de Medicina Intervencionista do Einstein
Neurorradiologista intervencionista Dr. Francisco Ramos Jr
Dr. Rodrigo Gobbo, Diretor Médico do Centro de Medicina Intervencionista do Einstein